Militares se aproximam mais dos atos que ocorrem em frente aos quartéis
Cresce o número de militares das Forças Armadas em frente aos quartéis. Nesse domingo vários grupos estão concentrados no ato que ocorre no Rio de Janeiro em frente ao Palácio Duque de Caxias, sede do Comando Militar do Leste. Uma das barracas armadas no local pertence a militares da Marinha do Brasil. Segundo explicam, há expectativa em torno da possibilidade de divulgação de um relatório onde consta a visão das Forças Armadas sobre os resultados do segundo turno das eleições de 2022.
Nesse fim de semana, no quinto dia de manifestação na frente de unidades das Forças Armadas no Brasil, o número de militares de carreira que compareceu aos movimentos aumentou bastante. Na manhã de domingo havia pelo menos 30 militares da reserva remunerada e uma centena de reservistas. A maioria prefere ficar no anonimato, declaram que acreditam que os altos comandos devem der uma resposta oficial nos próximos dias.
Um dos militares presentes ao ato nessa manhã de domingo à presidente Vargas, centro do Rio de Janeiro, suboficial Bonifácio (Marinha) diz que acredita que os comandos vão se manifestar, relata ainda que muitos jornalistas estrangeiros têm procurado os manifestantes. “querem entender o que está acontecendo“, diz.
Algumas declarações ouvidas de militares
– Os fuzileiros navais montaram uma barraca aqui em frente do Comando Militar do Leste, o pessoal tem se reunido aqui.
– Não há como negar que há um sentimento de que fomos roubados e as autoridades ao cassar o direito de opinião de muitos políticos e pessoas comuns como nós estão piorando isso. Ninguém vem à público explicar o que apresentamos, ninguém contesta, só derrubam nossos perfis, impõem censura…
– O banheiro utilizado, só pelas mulheres, é em um ônibus estacionado aqui.
– Não temos um comando, nesse domingo não tinha nem um carro de som muito potente, havia o do cabo Correia Mourão. Vários caminhoneiros estiveram por aqui, fecharam o trânsito na Presidente Vargas.
– Oficiais superiores da ativa apareceram aqui, inclusive da ativa, mas preferiram ficar fora das fotografias.
– Hoje cedo tinha jornalistas da Europa, Portugal, Itália, Espanha… mas as redes daqui do Brasil estão caladas, querem esconder o que está acontecendo.
– Os gritos são Forças Armadas salvem o Brasil e o pessoal combinou de não mais usar camisas com Bolsonaro
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São mencionadas as questões colocadas na internet, que parecem ter reforçado o sentimento de que o resultado das urnas não refletiu a vontade da população. Mencionam muito as palestras realizadas por um “argentino” que segundo os manifestantes comprovariam que “no mínimo” há algo de muito estranho acontecendo. Citam ainda questões como as mudanças no legislativo nos EUA, que para os manifestantes podem de alguma forma minimizar a possibilidade de ocorrerem sanções sobre o Brasil em caso de uma ação militar para impor a realização de novas eleições.
Questionados, militares da ativa preferiram não comentar a situação, mas em off declaram que há sim certa pressão interna para que os comandos emitam uma declaração sobre o que está acontecendo. A maioria acredita que se as Forças Armadas não se posicionarem a perda de status diante da população será difícil de recuperar.
Robson Augusto, Revista Sociedade Militar
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