Uma análise dos depoimentos de pessoas presas durante o ato de 8 / 01 / 2023 revela várias motivações sendo que é mais comum delas é a deposição do presidente Lula.
Em uma análise inicial feita pela Revista Sociedade Militar no lote de depoimentos a que obteve acesso por meio do Senado já observa-se que alguns depoentes chamam a atenção pela ingenuidade, alguns dizem estar ali apenas para orar ou acreditar que com os atos as Forças Armadas iriam tomar o poder caso invadissem os prédios e outros alegam que queriam apenas protestar “contra o resultado das eleições”
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Clique aqui para seguirManifestante “patriota” concorreu nas eleições por partidos de esquerda
Um dos manifestantes presos tem uma história curiosa, pois mesmo tendo pertencido a um partido socialista e por ele ter se candidatado duas vezes acabou acolhido por militantes de direita no acampamento em frente ao QG do Exército Brasileiro em Brasília. Em seu depoimento Josiel G.M., que segundo a polícia foi visto participando do vandalismo contra uma viatura policial, conta que foi recebido pelos manifestantes de direita a ponto de permanecer acampado por 30 dias em frente ao QG do Exército em Brasília e deles ter recebido a guarda de um equipamento de comunicação.
Em seu depoimento o morador de Uberlândia, que tem 50 anos de idade, diz que portava um rádio comunicador porque recebeu de uma pessoa no ônibus que o transportou para Brasília.
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No depoimento prestado pelo primeiro tenente Rodrigo Pretel ele foi mencionado como detido por ter sido visto ateando fogo em uma viatura da polícia legislativa. Entretanto, o mesmo nega e diz que estava apenas nas proximidades. No depoimento os policiais informam ainda que populares hostilizaram aqueles que participaram do vandalismo contra a viatura policial.
Para a polícia o manifestante Josiel GM diz que foi para Brasília por não concordar com os resultados das urnas. O detido, que tem 50 anos de idade contou, após questionado sobre isso, que já fez parte de partidos de esquerda e que se candidatou por duas vezes sem ter sido eleito.
Ex Militar admite que entrou no congresso nacional, tinha uma faca e ia trocar de camisa
Outro dos presos no mesmo dia, MATHEUS L. C. L., com 23 anos de idade, se identifica como bolsonarista, usava camisa verde e amarela mas possuía também tecidos na cor preta. Durante os atos e a invasão ao Congresso o manifestante recebeu uma mensagem da esposa, que o advertiu que não poderiam quebrar coisas ou invadir prédios públicos.
Em resposta às mensagens Matheus diz que era necessário quebrar “ É que eles não
quebraram ainda ali o que eles querem. Era pra quebrar tudo, eles que não deixaram. Porque tem que quebrar tudo, pra ter reforma, pra ter guerra amor. Guerra… Pro exército entrar… entendeu?“
Segundo o policial que o abordou: “… Matheus saiu em disparada e se escondeu atrás de um quiosque, retirando objetos suspeitos de dentro. Que ele trocou a camisa do Brasil e saiu repentinamente, ocasião em que parte da equipe o abordou. Que na revista pessoal localizaram uma camisa do Brasil, uma faca e uma jaqueta do Exército…“
Em seu depoimento Matheus diz: “… que já serviu ao Exército na função de soldado, por um ano. Que explica que é bolsonarista e nacionalista, participando ativamente de movimentos… entrou dentro das salas de recepção ou de servidores do Congresso… se perdeu dos amigos Marcos, Gabriel e Gustavo, quando o movimento se dispersou em razão da ação do choque. Que ficou concentrado no Congresso e não se dirigiu ao STF. Que filmou tudo isso e estava comemorando, pois teve êxito em entrar naquele local. Que chegou a filmar tudo, inclusive quebra-quebra. Que inclusive postou na internet, status do WhatsApp e no Instagram. Que não sabe dizer se chegou a filmar os seus parceiros de movimento, ou seja, Gustavo, Gabriel e Marcos. Que gritava ”pedindo intervenção militar; Lula ladrão; Forças Armadas, entrem em ação; cantaram o hino do Brasil…
Que quando a PMDF e o choque começaram a jogar bombas e a descer policiais do
helicóptero, subiu em direção ao mané garrincha. Que neste local estava lotado de policiais militares e viu quando eles abordaram alguns manifestantes que acompanhavam o declarante na subida. Que nesse momento saiu correndo da abordagem e tentou trocar a camisa do Brasil para colocar outra. Que nesse instante foi abordado pelos policiais militares”.
Segundo o relatório da Polícia Civil: “o autuado se filmou e por diversas vezes, gritando palavras de (des)ordem, dentre as quais, que deveriam promover um golpe de Estado, com
intervenção das Forças Armadas, incitando coletivamente (postagens) e individualmente aos crimes supracitados os outros agentes antidemocráticos, que participavam indevidamente da invasão à Casa do Povo, colaborando, diretamente, para que a energia da multidão que
atentava contra o Estado, se direcionasse à figura de seus policiais, em típica conduta terrorista.“.