A CPMI dos atos antidemocráticos, pleiteada pela direita desde a primeira semana após o 8 de janeiro, cujos principais condutores são de partidos aliados ao governo Lula, até o momento aparentemente tem trazido mais problemas para pessoas próximas de Jair Bolsonaro do que para os políticos de esquerda. Entretanto, segundo informações veiculadas pelo site o cafezinho, sempre bem informado, principalmente no que diz respeito aos bastidores do governo e partidos de esquerda, o governo Lula estaria apreensivo e teme despertar a ira dos militares.
“Lula optou pela conciliação total e irrestrita com os militares, isso inclui manter a falta de transparência e estruturas de formação e pagamento de benesses aos militares“.
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“Com a série de relatórios da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) e os desdobramentos da comissão, o governo se preocupa não em apurar realmente o envolvimento dos militares no golpismo recente mas sim em irritá-los com possíveis apurações que possam atingir a cúpula das forças armadas.“, Diz Kleber Lourenco, articulista do site O Cafezinho
A reportagem não explica se Lula tem medo da chamada intervenção militar ou se acredita que desavenças com os militares podem lhe trazer problemas no trato com o legislativo já que as instituições armadas mantêm um verdadeiro batalhão dentro do Congresso Nacional, distribuído periodicamente medalhas e títulos de cavaleiro e grande oficial.
Entretanto, militares ouvidos pela Revista Sociedade Militar, sob condição de anonimato, como de praxe, observam que desde que assumiu, José Mucio agiu exatamente como agiria um general de quatro estrelas no comando do Ministério da Defesa, se comportando exatamente como reza a cartilha militar, mantendo-se como uma espécie de líder figurativo e apaziguador, sem propor ou efetuar mudanças significativas.
Mucio, segundo os militares, age exatamente dentro daquilo que aconselham os generais, o que pode ser claramente percebido na própria intriga entre praças e oficiais gerada pela lei de reestruturação aprovada durante o governo Bolsonaro. Deputados como Glauber Braga e Erika Kokay tem insistentemente buscado uma intervenção do ministro a favor das praças ou pelo menos para um reestudo do problema, mas o máximo que conseguem são respostas proteladoras da parte do ministro.
Robson Augusto