Revista Sociedade Militar, todos os direitos reservados.

PM aponta fuzil pra repórter! Hummm… Será

por Sociedade Militar Publicado em 24/08/2023
PM aponta fuzil pra repórter! Hummm… Será

Após o assassinato do Soldado Patrick da ROTA, a polícia de São Paulo iniciou a Operação Escudo no Guarujá, o saldo até agora foi de 365 presos, mais de 800kg de drogas apreendidos, mais de 20 armas, entre pistolas e fuzis, bem como 16 criminosos mortos em confronto.

Em uma das incursões na perigosa favela Prainha, um policial do Comando de Operações Especiais, filmou a jornalista Danielle Zampollo, do Profissão Repórter da TV Globo, em um barraco, na esperança de filmarem algum erro da polícia para colocar sob suspeita toda a operação.

Obviamente, a repórter não ficou nada contente e essa filmagem viralizou nas redes sociais. A Globo não ficaria sem dar resposta e após as edições do programa, essa resposta chegou com toda força nas plataformas da emissora, sob o título: Policial aponta fuzil para repórter.

A canalhice da emissora não tem limite e o programa que mais invoca a raiva que eles têm da polícia é o Profissão Repórter. Seu chefe, Caco Barcelos, fez fama com o livro ROTA 66, editado em 1992, em que relata os abusos desses policiais de elite, apurado por ele. Basta ler o livro e perceber a total parcialidade e as suposições que são relatadas como verdade.

A ROTA foi criada na década de 1970 para combater a guerrilha urbana em que “revolucionários” de esquerda ampliavam suas ações na cidade com sequestros, assaltos a banco, plantando bombas, etc.

Em pouco tempo se tornou referência como elite para todas as polícias do Brasil que até hoje fazem intercâmbio no Batalhão Tobias de Aguiar, sendo reconhecida não só no país, mas no mundo inteiro, como a tropa mais eficiente em patrulhamento em local de alto risco. Também é acionada para ações de “choque ligeiro”, apta a atuar contra distúrbios civis em pouco tempo, antes do acionamento (caso haja necessidade devido ao tamanho do efetivo) do 2º Batalhão de Choque.

Tanto a ROTA, como COE e GATE, podem ser acionados para qualquer local do estado em que haja necessidade dentro de suas especialidades, tambématuam em conjunto e até de forma integrada com a Polícia Civil, Polícia Federal, GAECO, ou Forças Armadas.

Não é torcida afirmar que essas tropas de elite são admiradas não só pelas próprias forças de segurança, mas pela população em geral, coisa que não acontece hoje em dia com alguns setores politizados, como a imprensa, por exemplo. Deveriam se perguntar qual o motivo disso em vez de estarem cada vez mais trancados em suas bolhas, zona de conforto e dobrarem a aposta ampliando seu desgaste perante a opinião pública e vendo isso refletir a cada dia na queda de venda de suas revistas e jornais e queda de audiência, entrando em um ciclo vicioso de dependência de verbas governamentais, que não são gratuitas.

O policial do COE estava à frente de sua equipe em uma incursão pela favela Prainha quando se deparou com a jornalista Danielle Zampollo em um barraco. A expressão da jornalista ao ser descoberta exalava ódio, a questão é se o fato de sua ira se deu por de ter sido encontrada e isso atrapalhou o objetivo de sua tocaia ou se era o velho ranço da polícia opressora, que só perde para o ódio ao império ianque, o patriarcado, o capitalismo, o cristianismo, e outros “ismos” (não necessariamente nessa ordem).

A dúvida do policial foi a mesma de quase toda a sociedade que viu esse vídeo, bem como a do Secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, que a explanou no Programa Pânico da Jovem Pan – Qual a real intenção da reportagem e quem autorizou essa repórter a entrar com tanta tranquilidade em uma área de alto risco?

A primeira pergunta ficou claro. Sabemos a intenção dela.

Hoje, quarta feira dia 16 de agosto, foi lançada a edição com a versão da repórter, com Caco Barcelos. O foco foi o policial ter apontado o fuzil para ela, de acordo com a versão Globo.

Eu fico imaginando a reunião de pauta, o trabalho de edição, o planejamento, as discussões e a escolha da melhor narrativa para isso. A desproporção de poder de uma emissora gigante, com ligações políticas e alcance internacional, perante um policial militar. Como ousa um policial militar desafiar essa gigante, como plebeu?

Como ousa as redes sociais se pronunciarem com esse vídeo?Fake News!!! Como ousa um jornal e uma emissora de extrema direita dar voz a esse policial? E como ousa a sociedade ter opinião própria?

Mesmo com toda essa narrativa, saindo da bolha global vai der difícil de engolir. Ainda mais quando o governo estadual não está disposto a se ajoelhar pra essa emissora.

O vídeo do policial, em poucos segundos, expõe todo o ódio e a hipocrisia da repórter e sua empregadora. A forma com que o policial fala em relação a forma que ela fala, a troca de olhares.

Disponibilizado a versão da repórter pelo G1 e outras plataformas, veja a diferença do momento anterior como ela fala com os policiais que estão prestes a entrar na favela e arriscarem a própria vida, poucos dias depois de um companheiro ter sido assassinado e uma policial ter sido atingida com tiros de fuzil na cidade vizinha Santos.

Pergunto então a repórter, ao programa e a emissora, que se isentam da acusação de parcialidade: Onde estavam enquanto policiais aposentados eram executados na cidade vizinha, São Vicente? Onde estavam enquanto o PCC tomava conta da Baixada? Onde estão as reportagens sobre os negócios lícitos do PCC para a lavagem de dinheiro?

Para completar esse quadro dantesco, terça feira dia 15, o delegado da Polícia Federal, Thiago Selling da Cunha, levou um tiro na cabeça enquanto cumpria um mandado de busca no Guarujá.

Fico imaginando na produção do Profissão Repórter avaliando se a tragédia ocorrida foi bom ou ruim para alavancar a narrativa do programa.

Davidson Abreu é analista de Segurança Pública com mais de 29 anos de experiência.

Bacharel em Ciências Sociais e Jurídicas / Professor, Escritor e palestrante / Autor do livro Tolerância Zero e outros. Publicado na Revista Sociedade Militar

Sociedade Militar

Sociedade Militar

Editoria da Revista Sociedade Militar - Notícias militares, forças armadas, polícia militar e segurança pública em geral. Análises sobre geopolítica e política brasileira.