Entre as revelações bombásticas e pouco divulgadas do livro que transcreve entrevista do Antropólogo Celso Castro com o general Villas Bôas, ex-comandante do Exército, estão declarações sobre o Lobby militar no Congresso Nacional, já tratadas aqui na Revista Sociedade Militar e os conchavos entre militares da controversa Assessoria Parlamentar do Exército e parlamentares de diversos partidos.
Um parágrafo bastante importante mas que é uma espécie de tabu dentro do recomendadíssimo livro de Celso Castro traz a revelação de que se não fosse a intervenção de Aloizio Mercadante, então deputado federal e líder do PT na Câmara em 2002, tanto civis como militares envolvidos em atentados políticos e na repressão contra a esquerda poderiam ter sido devidamente indiciados e – caso culpados – punidos.
Segundo Villas Bôas, por conta de um pedido seu, a lei que revogaria a CEO de anistia foi retirada de pauta por Aloisio Mercadante. Poucos sabem, mas Mercadante é filho do General de Exército Oswaldo Muniz Oliva. O general Oliva foi o mais importante elo de ligação entre Lula em seu primeiro mandato e os militares das Forças Armadas, junto com a eleição de Lula Aloisio Mercadante Oliva foi o senador mais votado do país, por São Paulo. Pra saber mais sobre esse assunto recomendo o livro Poder camuflado, do meu amigo jornalista ábio Victor.
“Em geral, de oposição, excetuando aqueles mais ideologizados ou com um forte sentimento revanchista. Faltava um mês para as eleições de 2002, quando entrou na pauta da Câmara um projeto de lei, de autoria de um deputado do PT, visando à revogação da Lei de Anistia. Imediatamente levei ao deputado Mercadante, líder do PT: “Coronel, fique tranquilo, porque esse projeto sai de pauta hoje mesmo.”