Sargento da Força Aérea Brasileira: tudo sobre provas, rotina, salários e curiosidades na maior escola técnica militar da América do Sul
Descubra como se tornar sargento da Força Aérea Brasileira, conheça as etapas do concurso da EEAR, detalhes da formação em Guaratinguetá, curiosidades da rotina militar e como é a vida dentro da maior escola técnico-militar da América Latina
A carreira de sargento da Força Aérea Brasileira (FAB) é o objetivo de milhares de jovens que sonham em seguir uma trajetória militar sólida, com estabilidade, disciplina e orgulho de servir o país. Para ingressar nessa jornada, o primeiro passo é ser aprovado no rigoroso concurso da Escola de Especialistas da Aeronáutica (EEAR), localizada em Guaratinguetá, São Paulo.
Mas o que realmente acontece dentro dos muros da EEAR? Como é a prova? Quais são as etapas do concurso? Como funciona a rotina diária dos alunos e quais são os desafios da formação? Neste artigo completo, revelamos todos os detalhes que você precisa saber sobre a vida de um sargento da Aeronáutica, com base em informações atualizadas e relatos diretos de quem viveu essa experiência.
Como funciona o concurso para sargento da Aeronáutica
O ingresso na carreira de sargento da FAB acontece por meio de concurso público. Existem duas formas principais: CFS (Curso de Formação de Sargentos) e EAGS (Estágio de Adaptação à Graduação de Sargento). O CFS exige apenas o ensino médio completo, enquanto o EAGS é voltado para quem possui curso técnico em áreas específicas, como enfermagem, administração e eletrônica.
A prova do CFS é composta por 96 questões objetivas, sendo 24 de português, 24 de matemática, 24 de inglês e 24 de física. Não há redação, mas a exigência de acerto é alta. A média ideal para garantir uma boa colocação está acima de 8, embora alguns candidatos ingressem com notas próximas de 7, a depender da concorrência.
O grande diferencial do concurso da EEAR é que são realizados dois certames por ano, um no primeiro semestre e outro no segundo, aumentando as chances de aprovação. A idade máxima para participar é 23 anos no ano da prova, respeitando o limite de não completar 25 anos no ano da matrícula.
Além da prova escrita, os candidatos aprovados passam por etapas como concentração intermediária, inspeção de saúde, avaliação psicológica, teste de aptidão física (TAF), procedimento de heteroidentificação e concentração final.
Formação na EEAR: rotina intensa, evolução e hierarquia
Após a aprovação, o candidato inicia sua jornada como estagiário da EEAR. A formação varia conforme o curso: o CFS tem duração de 2 anos e o EAGS dura 1 ano. A entrada pode ocorrer em janeiro ou julho, dependendo do período do concurso prestado.
Os alunos são organizados em esquadrões com cores representando a bandeira do Brasil (azul, branco e amarelo) e progridem em séries semestrais: primeira, segunda, terceira e quarta série. A hierarquia entre os alunos é levada muito a sério: alunos mais antigos devem ser respeitados, com apresentações formais e conduta impecável.
A rotina diária começa às 5h25, com atividades que incluem faxina do alojamento, formações, aulas teóricas e práticas, instruções militares, educação física e parada diária. O jantar ocorre às 17h40 e, logo após, os alunos entram em forma para o pernoite, que inclui a checagem da presença e dos serviços de plantão.
Além das atividades acadêmicas, os alunos participam de eventos marcantes como o campo militar, a formatura dos 100 dias, o dia do especialista e as Olimpíadas do Corpo de Alunos (OCA).
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Especialidades, provas e desafios da vida na caserna
Durante o curso, os alunos estudam matérias do campo militar e técnico, conforme sua especialidade. Todas as especialidades incluem disciplinas como regulamentos militares, ordem unida, instrução de tiro e treinamento físico militar (TFM).
Entre as especialidades mais exigentes estão BMA (manutenção de aeronaves) e SGS (segurança e defesa), que exigem muitas provas e alto desempenho. Já especialidades como SML (música) ou BEV (equipamentos de voo) têm carga acadêmica mais equilibrada.
As provas militares classificam os alunos dentro da turma, determinando a hierarquia interna e liderança entre os colegas. Já as provas técnicas definem a ordem de escolha das vagas após a formação.
Reprovar em qualquer disciplina pode significar exclusão. O aluno precisa manter média mínima, com direito a segunda época caso não atinja os critérios. Colar em provas, ter envolvimento amoroso ou desrespeitar regras também pode gerar punições severas, incluindo exclusão imediata.
Curiosidades e bastidores da vida como aluno da EEAR
Poucos sabem, mas os alunos da EEAR contam com lavadeiras credenciadas para cuidar das fardas e facilitar o dia a dia, além de barbearias e espaços específicos para estudo. Há também atividades extracurriculares, como grupos esportivos e de apoio, que permitem ao aluno fugir um pouco da rotina puxada.
Durante a formação, o aluno recebe uma remuneração mensal de aproximadamente R$ 1.300, valor que cobre alimentação, cuidados pessoais e pequenos gastos dentro da escola. A alimentação oferecida na EEAR é considerada de boa qualidade e balanceada.
Outra curiosidade: embora o concurso de entrada não exija redação, durante a formação os alunos precisam redigir textos avaliativos como parte das disciplinas militares. A escrita é constantemente treinada com apoio dos instrutores.
O acesso à divisão de ensino, onde há ar-condicionado e estrutura completa para estudo, é permitido após o pernoite. Alguns alunos, no entanto, preferem estudar nos banheiros iluminados, por conta da flexibilidade e silêncio.
Por fim, um dos momentos mais emocionantes da formação é a formatura de sargento, quando os alunos cantam “Adeus querida escola” no pátio principal da EEAR, marcando o encerramento de uma jornada de superação e disciplina.
