Brasília, 28 de maio de 2024 – O Exército Brasileiro deu um passo bastante significativo em direção à modernização tecnológica com a adoção de sistemas de inteligência artificial (IA) em suas operações. A diretriz estratégica, publicada pelo Chefe do Estado-Maior do Exército, General de Exército Richard Nunes, em 24 de maio de 2024, trata do assunto ao mesmo tempo em que expõe os desafios e preocupações do Estado Maior da força terrestre nessa implementação, que tem um foco claro na necessidade de manter o controle humano sobre decisões críticas, especialmente em situações de combate.
A diretriz, intitulada “Diretriz Estratégica de Inteligência Artificial para o Exército Brasileiro”, delineia os objetivos principais da utilização de IA, incluindo a detecção de fraudes, a administração militar e o necessário suporte a operações terrestres. Entre as principais metas listadas, estão o “cumprimento da missão constitucional” e a “detecção de fraudes de benefícios e abuso administrativo”.
Apesar do entusiasmo pela inovação, o documento enfatiza a importância de garantir a supervisão humana em qualquer sistema de IA utilizado pelo Exército. Em relação ao uso da força e decisões sobre vida ou morte, o General Richard é categórico: “Ao se implementar um sistema com IA, deve ser prioritária a garantia de que humanos permaneçam no controle do uso da força, em especial no caso de decisões sobre vida ou morte em combate”.
A diretriz estipula ainda que a possibilidade de uso de qualquer sistema de Inteligência Artificial que não permita o controle humano estará sujeito a uma rigorosa avaliação pelo Estado-Maior do Exército (EME).
“Toda e qualquer proposta de sistema de IA que não possibilite o controle humano (supervisionado) ou que não seja previsto ou possível, estará sujeita a avaliação pelo EME”.
A iniciativa, segundo o documento publicado, também visa promover a interoperabilidade tecnológica e a segurança cibernética, assegurando que todos os sistemas de IA sejam protegidos contra ameaças cibernéticas de forma contínua. O Exército planeja utilizar a IA para melhorar a precisão das informações e apoiar a tomada de decisões em tempo real, aumentando assim a eficácia e a eficiência operacionais.
Revista Sociedade Militar