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Defesa e cúpula das Forças Armadas já aceitam perdas na reforma da previdência e criam GT para minimizar impactos

por Sérvulo Pimentel Publicado em 05/08/2024
Defesa e cúpula das Forças Armadas já aceitam perdas na reforma da previdência e criam GT para minimizar impactos

Segundo matéria da revista Veja, publicada neste domingo, 5 de julho, um interlocutor da alta cúpula das Forças Armadas, cujo nome foi preservado, revelou que os militares já aceitam perder em alguns “pontos consensuais” da reforma da previdência que visa, entre outros cortes, eliminar “privilégios” da categoria. Mesmo que isso seja “um assunto que eles não aceitam tocar”, as Forças Armadas decidiram se antecipar às prováveis perdas com a nova reforma previdenciária.

Grupo de Trabalho

Foi criado um grupo de trabalho composto pelo Ministério da Defesa e representantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. Este grupo tem como objetivo buscar alternativas para conter os danos de uma provável nova reforma do sistema previdenciário que atingirá os militares.

Em entrevista, o ministro da Defesa, José Múcio, defendeu um regime diferenciado, mas aceitou discutir ajustes para corrigir falhas sem caráter de punição.

“Só quem gasta são os militares? E os outros poderes, não têm gastos excessivos? O militar sempre teve, e em todos os países tem, tratamento diferenciado por conta do regime de trabalho dele. Nós aceitamos discutir, conversar, explicar. Uma falha que se pode corrigir, vamos corrigir. Mas não no caráter de punição. Nós não queremos fazer política, nós queremos servir ao país”, afirmou Múcio.

Reação ao TCU e Congresso

A iniciativa veio em resposta a uma ofensiva do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Congresso. As principais lideranças do Congresso defendem para o próximo ano a discussão da atualização das regras do sistema previdenciário, cujo rombo ultrapassou os 400 bilhões de reais em 2023. Os militares representariam quase 50 bilhões desse prejuízo e não devem ser poupados dessa vez.

Em junho, o ministro do TCU, Walton Alencar, destacou excessos no regime previdenciário das forças. Hoje, como se sabe, um militar se aposenta com o salário integral da ativa e benefícios adicionais.

Sérvulo Pimentel

Sérvulo Pimentel

Apaixonado pela língua portuguesa e pelo universo militar, Sérvulo é professor há dez anos e atua como redator há cinco, sendo um especialista na produção de notícias sobre Defesa Nacional e sociedade militar. Na Revista Sociedade Militar, dedica-se a levar informações confiáveis e bem apuradas ao público, sempre prezando pela responsabilidade jornalística e imparcialidade. Seu compromisso é contribuir para um debate informado e acessível sobre temas estratégicos e sociais, aproximando os leitores das principais questões que envolvem as Forças Armadas e a sociedade.