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EUA desafiam a China com destróier de mísseis guiados USS Ralph Johnson no Estreito de Taiwan

por Sérvulo Pimentel Publicado em 23/08/2024
EUA desafiam a China com destróier de mísseis guiados USS Ralph Johnson no Estreito de Taiwan

Em mais um capítulo da disputa entre os Estados Unidos e a China, um destróier norte-americano navegou pelo Estreito de Taiwan na quinta-feira, intensificando as tensões na região.

Segundo informação do site Stars and Stripes, a passagem do destróier de mísseis guiados da Marinha dos EUA, USS Ralph Johnson pelo estreito que separa a China continental da ilha de Taiwan marca a quarta travessia de um navio de guerra dos EUA pela região neste ano.

Essa ação, segundo a Marinha norte-americana, busca demonstrar o compromisso dos Estados Unidos com a “liberdade de navegação” e com um Indo-Pacífico “livre e aberto”. A China, porém, considera a passagem do navio como uma provocação à soberania chinesa.

Esta foi a primeira travessia da Marinha dos EUA pelo estreito em vários meses e a quarta realizada neste ano. O USS Ralph Johnson seguiu de sudeste para nordeste, passando pelo Mar da China Meridional e saindo pelo Mar da China Oriental.

De acordo com a tenente-coronel Sarah Merrill, porta-voz da 7ª Frota dos EUA, a travessia teve o objetivo de demonstrar o compromisso dos Estados Unidos com a liberdade de navegação e o uso legal do mar para todas as nações.

Pequim responde com força

A China, por sua vez, vê essas ações como uma provocação direta e uma violação de sua soberania. A China considera Taiwan uma província separatista e não reconhece a soberania da ilha, tratando-a como um território chinês.

Por isso, Pequim vê essas travessias de navios de guerra pelos EUA como uma provocação. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, reforçou a posição de que Taiwan deve ser reunificado com o continente, se necessário, e que a travessia do USS Ralph Johnson é vista como uma afronta à sua política.

Um jogo de azar geopolítico

A disputa pelo Estreito de Taiwan é um dos pontos mais sensíveis das relações internacionais. A cada nova travessia de um navio de guerra norte-americano, a tensão entre as duas maiores potências econômicas do mundo aumenta, elevando o risco de um conflito militar acidental ou intencional.

Monitoramento Chinês

O Comando do Teatro Oriental da China afirmou que monitorou a travessia do USS Ralph Johnson com forças navais e aéreas, mantendo vigilância constante para proteger a soberania e a segurança nacionais. A China frequentemente reage a essas ações dos EUA com mobilização de suas forças para acompanhar e observar as embarcações.

Atividades Anteriores

Além desta travessia, a Marinha dos EUA já enviou outros navios e aeronaves pela mesma rota ao longo do ano. Em 31 de julho, a fragata canadense HMCS Montreal também atravessou o estreito, promovendo a paz e segurança na região Indo-Pacífico. Essas atividades refletem o esforço contínuo dos EUA e de seus aliados para manter a liberdade de navegação na região, enquanto a China continua a considerar tais movimentos como uma ameaça à sua posição sobre Taiwan.

O que está em jogo?

Além do orgulho nacional e da soberania, estão em jogo interesses econômicos e geopolíticos de grande magnitude. Taiwan é um importante centro de produção de semicondutores, componentes essenciais para a indústria tecnológica global. Um conflito na região poderia ter um impacto devastador nas cadeias de suprimentos e na economia mundial.

Sérvulo Pimentel

Sérvulo Pimentel

Apaixonado pela língua portuguesa e pelo universo militar, Sérvulo é professor há dez anos e atua como redator há cinco, sendo um especialista na produção de notícias sobre Defesa Nacional e sociedade militar. Na Revista Sociedade Militar, dedica-se a levar informações confiáveis e bem apuradas ao público, sempre prezando pela responsabilidade jornalística e imparcialidade. Seu compromisso é contribuir para um debate informado e acessível sobre temas estratégicos e sociais, aproximando os leitores das principais questões que envolvem as Forças Armadas e a sociedade.