O governo ucraniano afirmou que, com a ajuda de países europeus, está desenvolvendo urgentemente iniciativas para descentralizar a geração de energia e torná-la menos vulnerável a atentados.
Advertência sobre o inverno mais duro desde o início da guerra
O primeiro-ministro da Ucrânia alertou nesta terça-feira que o país poderá enfrentar seu inverno mais difícil desde o início da invasão em grande escala da Rússia, à medida que se intensificam os ataques aéreos contra a infraestrutura energética já debilitada do país.
Os ataques russos continuam afetando a capacidade de geração de energia da Ucrânia, que depende fortemente de suas três usinas nucleares em operação e das importações de eletricidade dos países da União Europeia.
A resiliência energética como principal desafio
“A resistência energética é um dos nossos maiores desafios este ano”, declarou o primeiro-ministro Denys Shmyhal durante uma coletiva de imprensa em Kiev. “Superamos com sucesso dois invernos e meio. Superaremos três, e a próxima temporada de aquecimento será provavelmente a mais difícil de todas”, afirmou.
De acordo com Shmyhal, o governo ucraniano, com o apoio dos países europeus, está desenvolvendo iniciativas urgentes para descentralizar a geração de energia e torná-la menos vulnerável a ataques. Isso inclui a ampliação da capacidade de energia renovável, uma iniciativa aplaudida por grupos ambientalistas.
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Greenpeace propõe uma rede de energia descentralizada
O Greenpeace argumenta que uma rede descentralizada de energia solar — que seria mais difícil de danificar com mísseis russos e ataques de drones — poderia ajudar rapidamente a restaurar a capacidade nacional. O grupo está pressionando o governo a fazer uma expansão mais audaciosa na energia verde.
O grupo ativista defende investimentos internacionais de cerca de 4,5 bilhões de euros (4,9 bilhões de dólares) até 2030, com foco em projetos renováveis dominados pelo setor solar fotovoltaico.
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Perdas na capacidade de geração de energia durante a guerra
Segundo as Nações Unidas e o Banco Mundial, a Ucrânia perdeu mais da metade de sua capacidade de geração de energia nos primeiros 14 meses de guerra, e a situação continua se deteriorando. Grande parte da geração de energia solar do país foi perdida porque as regiões do sul, com maior abundância de luz solar, ficaram sob ocupação russa.
O mix energético da Ucrânia antes da guerra era amplamente dominado por fontes de energia tradicionais: carvão, petróleo, gás natural e energia nuclear representavam quase 95% do total, segundo os dois órgãos.
Apoio internacional e o futuro da energia renovável na Ucrânia
Alexander Egit, diretor-executivo do Greenpeace para a Europa Central e Oriental, pediu aos países doadores ocidentais que apoiem projetos focados em energias renováveis durante e após a guerra.
“Esperamos que a União Europeia e outros países invistam bilhões de euros na reconstrução da Ucrânia”, afirmou. “O papel do Greenpeace é defender a energia renovável descentralizada para garantir que a Ucrânia seja reconstruída como uma nação moderna, ecológica e independente”.