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Generais desfrutam de mansões luxuosas de até 790 m² em Brasília pagando taxa irrisória; Exército planeja mais construções

por Sérvulo Pimentel Publicado em 15/10/2024
Generais desfrutam de mansões luxuosas de até 790 m² em Brasília pagando taxa irrisória; Exército planeja mais construções

Uma polêmica envolvendo generais do Exército Brasileiro e suas luxuosas residências em Brasília veio à tona em publicação do colunista Cleber Lourenço, da revista Fórum. Baseado em dados obtidos via Lei de Acesso à Informação, Lourenço revelou detalhes sobre as oito mansões ocupadas por oficiais de alta patente no Setor Militar Urbano, na exclusiva Quadra Residencial de Generais. Além do tamanho das propriedades, o jornalista destacou o valor irrisório que os militares pagam pela ocupação desses imóveis de alto padrão.

Tamanho das mansões e luxo no Setor Militar Urbano

Segundo o colunista, as residências dos generais em Brasília são verdadeiros palácios. Os imóveis variam entre 697 m² e 790 m², todos com vastos jardins, quadras esportivas e outras comodidades que oferecem conforto extremo aos seus ocupantes. Essas propriedades são destinadas exclusivamente a oficiais de alta patente, configurando um verdadeiro privilégio em uma das áreas mais nobres da capital federal.

Taxa de ocupação irrisória

O ponto mais criticado por Cleber Lourenço é o valor pago pelos generais para ocupar essas mansões. O Exército desconta apenas 6,5% do soldo de cada oficial como taxa de ocupação, um valor considerado muito baixo, especialmente em comparação com o tamanho das propriedades e o custo elevado de manutenção. O uso de recursos públicos para manter esse tipo de moradia para uma elite militar tem gerado controvérsias, com muitos questionando a necessidade e o custo-benefício desse modelo.

Falta de transparência

Outro ponto levantado no texto de Lourenço é a falta de transparência em relação aos ocupantes dessas mansões. Embora as informações sobre as propriedades em si sejam públicas, os nomes dos militares que moram nelas são mantidos sob sigilo. O Exército alega que essa medida é necessária para proteger a segurança dos oficiais. No entanto, essa justificativa aumenta as críticas sobre a falta de clareza nos gastos totais e no privilégio oferecido a uma pequena parcela do corpo militar.

Críticas sobre gastos públicos

Além das atuais mansões, Lourenço menciona que o Exército já planeja a construção de mais residências para oficiais de alta patente, o que deve aumentar as críticas. Em um momento de crise fiscal e exigências de corte de gastos públicos, a manutenção dessas propriedades de luxo com dinheiro público se torna cada vez mais questionada. Para muitos, o baixo custo de ocupação, aliado à falta de transparência nos gastos, sugere um uso ineficiente dos recursos públicos em benefício de poucos.

Sérvulo Pimentel

Sérvulo Pimentel

Apaixonado pela língua portuguesa e pelo universo militar, Sérvulo é professor há dez anos e atua como redator há cinco, sendo um especialista na produção de notícias sobre Defesa Nacional e sociedade militar. Na Revista Sociedade Militar, dedica-se a levar informações confiáveis e bem apuradas ao público, sempre prezando pela responsabilidade jornalística e imparcialidade. Seu compromisso é contribuir para um debate informado e acessível sobre temas estratégicos e sociais, aproximando os leitores das principais questões que envolvem as Forças Armadas e a sociedade.