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Sargento do Exército revela como a tecnologia das criptomoedas e a descentralização podem revolucionar a segurança cibernética nas Forças Armadas e proteger o Brasil contra ataques cibernéticos

por Sérvulo Pimentel Publicado em 09/10/2024
Sargento do Exército revela como a tecnologia das criptomoedas e a descentralização podem revolucionar a segurança cibernética nas Forças Armadas e proteger o Brasil contra ataques cibernéticos

No blog oficial do Exército Brasileiro (EBlog), o 1º Sargento Julio Cezar Rodrigues Eloi trouxe uma análise: a tecnologia das criptomoedas, conhecida como blockchain, pode ser uma poderosa aliada na defesa dos países.

Segundo o militar, essa tecnologia, famosa pelo uso no bitcoin, vai muito além das finanças e oferece várias vantagens que podem transformar a defesa cibernética. A blockchain já é usada por potências como Estados Unidos, Rússia e China, reforçando sua importância no cenário militar global.

Tecnologia de confiança e segurança descentralizada

O sargento destacou que a blockchain possui características que a tornam ideal para a segurança nacional. “Confiança descentralizada, segurança e integridade de dados, rastreabilidade, transparência, visibilidade e auditabilidade” são algumas das principais qualidades dessa tecnologia.

Na prática, isso significa que as informações são armazenadas de maneira distribuída, sem um único ponto de falha, o que dificulta ataques cibernéticos e aumenta a segurança das redes militares.

Seis vantagens em uma guerra cibernética

O artigo lista seis áreas onde a blockchain pode trazer importantes vantagens em tempos de guerra:

  1. Detecção de intrusão: Capacidade de identificar tentativas de invasão cibernética em tempo real.
  2. Monitoramento de infraestrutura: Garantia de que sistemas críticos estejam sob constante vigilância.
  3. Gestão de batalhas: Coordenação mais eficiente de tropas e equipamentos no campo de batalha.
  4. Gerenciamento de drones: Controle seguro de operações com drones, evitando interferências.
  5. Gestão das cadeias de suprimentos: Rastreamento eficiente de peças e equipamentos militares, minimizando fraudes e desvios.
  6. Comunicações criptografadas: Garantia de que as comunicações sejam seguras e invioláveis.

Experiências de EUA, Rússia e China

As maiores potências militares do mundo já estão utilizando o blockchain em suas operações de defesa. Nos Estados Unidos, a tecnologia atua como um “escudo de segurança cibernética”, garantindo a resiliência dos dados e prevenindo corrupção de informações.

Na Rússia, laboratórios de pesquisa estão desenvolvendo soluções baseadas em blockchain para mitigar ataques cibernéticos.

Já na China, a tecnologia é usada na administração de equipamentos, treinamento de pessoal e na gestão logística, áreas fundamentais para a defesa do país.

Defesa cibernética no Brasil e o futuro do blockchain

O Exército Brasileiro também está atento a essas inovações. Em 2023, estagiários do Exército conheceram um sistema blockchain nacional, o que demonstra que o tema está em pauta nas instituições militares brasileiras.

Para o sargento Julio Cezar Rodrigues Eloi, a adoção dessa tecnologia pelas Forças Armadas brasileiras pode ser um passo importante para garantir a segurança nacional em um cenário cada vez mais digital e vulnerável a ataques cibernéticos.

“Blockchain deve ser adotado pelas Forças Armadas de todo o planeta”, conclui Eloi em seu artigo. Ele acredita que a descentralização, auditabilidade e transparência da blockchain são ferramentas fundamentais para a defesa de qualquer país, em tempos de guerra e paz.

Sérvulo Pimentel

Sérvulo Pimentel

Apaixonado pela língua portuguesa e pelo universo militar, Sérvulo é professor há dez anos e atua como redator há cinco, sendo um especialista na produção de notícias sobre Defesa Nacional e sociedade militar. Na Revista Sociedade Militar, dedica-se a levar informações confiáveis e bem apuradas ao público, sempre prezando pela responsabilidade jornalística e imparcialidade. Seu compromisso é contribuir para um debate informado e acessível sobre temas estratégicos e sociais, aproximando os leitores das principais questões que envolvem as Forças Armadas e a sociedade.