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França varrida da África. Saída das forças militares do Chade e Senegal marca ápice da perda de domínio sobre ex-colônias: “Soberania não aceita a presença de bases militares externas”

Além do Senegal, a França mantém bases militares na Costa do Marfim, Gabão e Djibuti, mas pode estar com os dias contados

por Campos
30/12/2024
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O Exército francês anunciou no dia 10 de dezembro que iniciou a retirada de duas forças militares do Chade, Norte da África, após o governo encerrar abruptamente o pacto de cooperação em defesa, em 28 de novembro. O Chade foi colônia da França entre 1880 e 1960, quando conquistou sua independência.

A decisão do Chade é mais uma etapa no processo da perda de domínio da França sobre o continente africano. Nos últimos anos, os militares franceses já tiveram que se retirar do Níger e da Burkina Faso em 2023 e do Mali, em 2022.

Há poucos dias, em 27 de dezembro, o primeiro-ministro do Senegal, Ousmane Sonko, afirmou que o país fechará todas as bases estrangeiras em um futuro próximo. O plano foi revelado por Sonko na sua primeira Declaração de Política Geral no Parlamento. 

O primeiro-ministro também argumentou numa entrevista coletiva à imprensa que, após mais de 60 anos da independência, é preciso questionar por que o Exército Francês ainda se beneficia de várias bases militares e o que significa o impacto dessa presença na soberania nacional e na autonomia estratégica senegalesa.

Ousmane disse ainda que a nação deseja ter o seu próprio controle, o que é incompatível com a presença a longo prazo de bases militares estrangeiras no Senegal.

Em novembro, o presidente do Senegal, Bassirou Diomaye Faye, já havia dito que a França precisará fechar todas as suas bases militares no país e no continente africano. 

“O Senegal é um país independente, é um país soberano, e a soberania não aceita a presença de bases militares externas”.

Além do Senegal, a França mantém bases militares na Costa do Marfim, Gabão e Djibuti, mas pode estar com os dias contados.

Nos últimos anos tem havido protestos crescentes contra a presença do país de Macron na África, principalmente das gerações mais jovens.

França continuou vendo países da África como seu quintal

Mesmo após a independência, a nação europeia continuou vendo as ex-colônias como um espaço de implantação e influências naturais, segundo o diretor do instituto Timbuktu, Dr. Bakary Sambe.

Ouvido pela BBC, o Professor Bruno Charbonneay, especialista em intervenções de paz e conflitos na África Ocidental, concorda com Sambe e ainda acrescenta que a presença militar francesa na África sempre permitiu que a França estivesse no centro dos mecanismos de resolução e gestão de conflitos na África francófona, particularmente no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas),

“Dar apoio militar a regimes africanos amigos dessa maneira significa que a França pode projetar e proteger seus próprios interesses e organizar intervenções armadas rápidas”.

Tony Chafer, professor da Universidade de Portsmouth, no Reino Unido, sobre estudos africanos e frances, argumenta que a África dá à França uma influência no cenário mundial que não teria como uma potência de médio porte.

“Em um ambiente global cada vez mais multipolar e competitivo, a França tem um interesse geopolítico primordial em manter sua presença militar na região (…) Estar militarmente na África desempenha um papel fundamental na justificação do assento permanente da França no Conselho de Segurança da ONU”.

Ainda segundo Chafer, a França protegeu cuidadosamente ao longo do tempo os seus vínculos econômicos e diplomáticos com a África, por meio, por exemplo, do cultivo de laços estreitos com as elites governantes.

Por fim, o professor sentencia que a França ainda considera o continente africano como seu quintal,  resultado de sua história colonial e de como negociou sua saída:

“‘Fingindo ir embora para poder se aprofundar mais”.

Artigo atualizado às 13:30 de 1º de janeiro de 2025:

O presidente da Costa do Marfim, Alassane Ouattara, anunciou que as forças militares francesas vão deixar o país neste ano de 2025 e que o processo de retirada já começa em janeiro. O anúncio foi feito no discurso de fim de ano, quando Ouarttara afirmou que os marfinenses devem estar orgulhosos da modernização do seu Exército.

“Neste contexto, decidimos uma retirada coordenada e organizada das forças francesas”.

Também neste mês de janeiro o quartel militar francês de Port-Bouet será transferido para o Comando do Exército marfinês.

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