Como parte de um marco crítico na modernização da Força Aérea Polonesa, os dois primeiros caças Lockheed Martin F-35A Lightning II de quinta geração destinados à Polônia pousaram na Base Aérea de Ebbing da Guarda Aérea Nacional do Arkansas (AR ANG) nos EUA. Com esta entrega, a Polônia se junta ao seleto círculo de países que operam o F-35, marcando uma nova fase na cooperação de defesa com os Estados Unidos.
Seguindo o exemplo de outros usuários internacionais do F-35, a Força Aérea Polonesa escolheu montar uma unidade inicial em solo americano para treinar seus pilotos e técnicos. Diferentemente da Dinamarca, Noruega e Holanda, que usam a Base Aérea Luke (Arizona) para esse propósito, a Polônia lançou seu programa de treinamento na Base Aérea Ebbing da AR ANG.
Os dois primeiros F-35A Lightning IIs poloneses, em sua versão convencional de decolagem e pouso (CTOL), chegaram em 23 de dezembro da fábrica de Fort Worth (Texas). Doravante, o pessoal polonês será treinado por especialistas do 85º Grupo de Caça da Força Aérea dos EUA (USAF), responsável por instruir pilotos estrangeiros sob o programa Foreign Military Sales (FMS).
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Em março de 2023, a Base Aérea militar de Ebbing foi oficialmente designada como um centro de treinamento para usuários internacionais do F-35A. Em julho de 2024, a 33rd Fighter Wing reativou o 85th Fighter Group e o 57th Fighter Squadron para treinar pilotos de várias nações. Depois de descartar outras opções, como a Joint Base San Antonio-Lackland (Texas) e a Selfridge Air National Guard Base em Michigan, a USAF selecionou Ebbing para sediar o programa F-35 FMS e um esquadrão F-16 da Força Aérea da República de Cingapura.
Nos próximos anos, pilotos da Finlândia, Alemanha, Suíça e Cingapura — todos operadores atuais ou futuros do F-35A — também treinarão em Ebbing. Esta iniciativa reforça a posição da base como um dos principais centros internacionais para treinamento de tripulação de quinta geração.
O F-35A é um caça furtivo multifuncional projetado para decolagem e pouso convencionais, desenvolvido nos EUA pela Lockheed Martin com contribuições da Northrop Grumman, BAE Systems e Pratt & Whitney. Operado por vários países, desde os Estados Unidos e o Reino Unido até Israel, Japão, Coreia do Sul, Noruega, Holanda, Itália, Austrália, Dinamarca, Bélgica, Polônia, Cingapura, Finlândia, Canadá, Suíça, República Tcheca, Romênia, Grécia e Alemanha.
Capacidades avançadas e modernização da Força Aérea
As capacidades de armamento do F-35A são adaptadas para lidar com vários tipos de missões, desde combate ar-ar e apoio terrestre até ataques de precisão. O caça incorpora um canhão rotativo M61A2 Vulcan de 20 mm e a capacidade de transportar mísseis ar-ar de última geração e munições guiadas de precisão, como o GBU-31 JDAM ou o GBU-39 SDB.
Ele é equipado com um radar AN/APG-81 AESA, fornecendo excelente alcance de detecção. Enquanto o Distributed Aperture System (DAS) e o Electro-Optical Targeting System (EOTS) fornecem consciência situacional de 360 graus e identificação precisa do alvo. O piloto também se beneficia de um Helmet-Mounted Display System (HMDS) que projeta dados de voo e missão em tempo real, complementados por links de dados seguros e um conjunto de guerra eletrônica (EW) capaz de bloquear radares inimigos e combater ameaças de mísseis.
Alimentado por um motor turbofan Pratt & Whitney F135-PW-100, o F-35A gera até 28.000 libras de empuxo em operação seca e 43.000 libras com pós-combustor, permitindo que ele alcance uma velocidade máxima de Mach 1,6 (cerca de 1.930 km/h). Ele pode decolar com um peso máximo de cerca de 31.800 kg, apresentando um raio de combate de cerca de 2.220 km e um alcance máximo de aproximadamente 3.670 km. Como tal, é um caça projetado para projetar poder aéreo em longas distâncias, garantir superioridade aérea e realizar múltiplas missões com um perfil furtivo que o torna difícil de detectar e interceptar.
Impacto da chegada dos F-35As na Polônia
Os F-35As da Polônia estão prontos para substituir as antigas aeronaves de ataque ao solo MiG-29 e Sukhoi Su-22. Um total de 32 aeronaves foram encomendadas, designadas localmente como “Husarz” em homenagem aos famosos Hussardos Alados, uma lendária unidade de cavalaria que participou de batalhas decisivas na história europeia. A chegada desses primeiros caças marca um passo estratégico à frente, fortalecendo a cooperação militar entre a Polônia e os Estados Unidos, ao mesmo tempo em que acelera a modernização da Força Aérea Polonesa.