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Por que o exército da Coreia do Sul prefere destruir seus tanques T-80U em vez de enviá-los para a Ucrânia?

A Coreia do Sul opta por destruir tanques T-80U e BMP-3 em treinamentos. O exército sul-coreano testa munições locais enquanto mantém sua recusa em fornecer armamentos para a Ucrânia

por Noel Budeguer
02/01/2025
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Imagens impressionantes da destruição dos tanques T-80U e dos veículos de combate de infantaria BMP-3 soviético-russos foram compartilhadas na Internet. A ação ocorre em um campo de treinamento do exército na Coreia do Sul, onde os alvos soviético-russos servem como objetivos para as munições sul-coreanas.

Misiles y drones surcoreanos impactaron tanques rusos T-80U

Do ponto de vista do exército sul-coreano, este é um exercício para demonstrar a eficácia das munições desenvolvidas localmente, especialmente no contexto de um possível conflito regional, seja com a Coreia do Norte ou a China.

Sob a perspectiva da Ucrânia, esses tanques não serão entregues a Kiev, como já foi noticiado anteriormente sobre a recusa de Seul. A Coreia do Sul negou à Ucrânia até mesmo sistemas de armas terrestres de produção local, incluindo sistemas de defesa aérea.

A recusa do envio e a demonstração do poder sul-coreano

Segundo fontes locais, o exercício contra os veículos russos ocorreu em 21 de novembro, mas as informações e imagens foram divulgadas apenas no dia 28 de novembro. Nas fotos, é possível ver os veículos de combate terrestres soviético-russos posicionados e os preparativos para testar drones kamikaze contra eles.

As imagens mostram detonações bem-sucedidas, mas não fica claro nas fotos quais danos foram infligidos pelos mísseis e drones sul-coreanos aos tanques e BMP.

2024 11 21,The T-80 is now used as a drone explosive target in South Korea🫡 pic.twitter.com/G6SYPhLfxm

— 笑脸男人 (@lfx160219) November 27, 2024

Em uma das imagens, é possível observar um pequeno drone que, evidentemente, faz parte da categoria de veículos aéreos não tripulados táticos lançados à mão. Pelo design, presume-se que esse drone faça parte do arsenal militar da Coreia do Sul, provavelmente destinado a missões de reconhecimento, vigilância e aumento do conhecimento situacional em condições de campo.

O design do drone revela uma estrutura elegante e minimalista, otimizada para um peso reduzido e transporte simplificado. O corpo principal e as asas são provavelmente feitos de materiais compostos ou plásticos leves, o que contribui para sua mobilidade e maior duração de voo.

O design das asas, com uma envergadura e um volume ligeiramente estendidos, sugere estabilidade em baixas velocidades e capacidade de voo prolongado.

O drone está equipado com uma pequena hélice localizada na parte traseira, característica das configurações com hélice propulsora. Essa configuração minimiza o ruído e reduz o risco de ingestão de objetos estranhos durante o lançamento.

O modelo conta com uma câmera óptica ou multissensor montada abaixo da seção frontal, o que confirma seu principal propósito de observação em tempo real, essencial para a detecção de alvos, reconhecimento ou avaliação de terrenos.

Seu design e dimensões sugerem o uso de uma bateria elétrica como fonte de energia, o que limita o tempo de voo a algumas horas, mas garante operação silenciosa, ideal para missões de curto alcance, especialmente em áreas de difícil acesso ou densamente povoadas, onde a discrição é essencial.

A integração de uma interface fácil de usar e a capacidade de lançamento manual refletem esforços para criar uma solução acessível que não exige logística complexa.

É provável que o exército sul-coreano utilize este tipo de drone para tarefas como vigilância de fronteiras, detecção de infiltrados ou fornecimento de informações táticas em tempo real em cenários dinâmicos.

De maneira geral, essas plataformas destacam o foco contínuo no desenvolvimento de sistemas de drones móveis, acessíveis e eficientes, que podem ser implementados em uma ampla gama de cenários militares e humanitários.

O papel do exército sul-coreano no uso dos T-80U

A aquisição dos tanques T-80U pela Coreia do Sul faz parte de um dos acordos mais intrigantes e incomuns na história do comércio moderno de armas, que surgiu com o fim da Guerra Fria e a dissolução da União Soviética. Em 1996, a Coreia do Sul adquiriu um total de 33 tanques T-80U, junto com outros sistemas de armas soviéticos, como o BMP-3, como parte de um acordo com a Federação Russa.

O acordo foi feito para liquidar a dívida da Rússia com a Coreia do Sul acumulada durante a era soviética, quando o país importava bens e serviços da Coreia do Sul, mas não pagava suas obrigações.

A decisão de incluir os tanques T-80U e os veículos BMP-3 neste acordo foi uma medida estratégica por parte da Rússia. Além de reduzir a dívida, também ofereceu a oportunidade de promover os sistemas de armas russos no mercado internacional, já que a Coreia do Sul tem reputação de ser uma nação tecnologicamente avançada, com uma indústria de defesa sofisticada. Isso permitiu que Moscou apresentasse suas armas como competitivas em relação aos padrões ocidentais.

Ao chegar na Coreia do Sul, os tanques T-80U assumiram um papel específico dentro do exército sul-coreano. Inicialmente, foram designados para unidades de tanques com fins de treinamento e testes.

A principal razão para isso foi que o T-80U, embora muito avançado para sua época, foi projetado para a doutrina soviética e não se alinhava com a abordagem operacional ocidental seguida pela Coreia do Sul, que dependia principalmente de tanques de fabricação americana, como o M48 Patton e o K1A1.

O T-80U se destaca por seu potente motor de turbina a gás GTD-1250, que desenvolve 1.250 cavalos de potência e permite alcançar altas velocidades. No entanto, esse motor consome muito mais combustível e requer mais manutenção do que os motores a diesel tradicionais, o que trouxe desafios logísticos para a Coreia do Sul, que precisou adaptar sua infraestrutura para dar suporte a esses tanques.

Apesar disso, o tanque oferece mobilidade notável, blindagem confiável e um potente canhão automático de alma lisa de 125 mm, o 2A46M, capaz de disparar projéteis perfurantes e mísseis guiados.

Durante anos, o T-80U permaneceu relativamente isolado dos programas de modernização. Nem a Rússia nem a Coreia do Sul tomaram medidas significativas para atualizar esses tanques.

Isso ocorreu por uma razão dupla: a Rússia não tinha interesse direto em modernizar máquinas fora de seu controle, e a Coreia do Sul preferia concentrar-se no desenvolvimento de suas próprias tecnologias de tanques, incluindo a modernização do K1A1 e o desenvolvimento do K2 Black Panther.

Impactos estratégicos e o futuro dos tanques T-80U no exército

No início da década de 2020, os tanques T-80U mantiveram seu status como plataformas de treinamento e teste, usados principalmente para familiarizar as tripulações sul-coreanas com os designs e as táticas russas. Esses veículos também desempenharam um papel indireto no treinamento do pessoal militar sul-coreano para possíveis confrontos com tanques de design semelhante em conflitos com a Coreia do Norte, que opera tanques de design soviético.

Quanto às melhorias, não há evidências públicas de que tenham sido feitas atualizações técnicas significativas nos tanques T-80U. A manutenção e os reparos são realizados com peças fornecidas pela Rússia, indicando uma adaptação local limitada. A Coreia do Sul não integrou seus próprios sistemas ou equipamentos nesses tanques, provavelmente devido à falta de necessidade estratégica.

Nos últimos anos, com a crescente capacidade industrial do exército da Coreia do Sul e o interesse em diversificar as plataformas militares, discutiu-se a possibilidade de substituir os sistemas russos obsoletos por plataformas nacionais modernizadas.

Isso sugere que, no futuro previsível, é provável que os tanques T-80U sejam retirados permanentemente ou devolvidos à Rússia, como especulam alguns relatos nos últimos anos.

A história do T-80U na Coreia do Sul é única e demonstra as complexas interações geopolíticas e técnicas do período pós-soviético.

Embora breve, a operação desses tanques proporcionou à Coreia do Sul uma experiência valiosa com a tecnologia militar russa e contribuiu para o desenvolvimento de sua própria indústria de defesa.

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