Na última terça-feira, 21 de janeiro de 2025, o governo sírio liderado por Ahmed Al Shara surpreendeu ao anunciar o cancelamento do contrato de aluguel da base naval de Tartus com a Rússia. A base, localizada no Mediterrâneo, é a única instalação naval russa fora do território russo e vinha sendo usada desde a Guerra Fria. A decisão marca uma reviravolta na política externa síria, que busca alinhar-se mais com o Ocidente.
Tartus tem sido vital para a projeção de poder da Marinha Russa, permitindo reabastecimento, manutenção de embarcações e uma presença estratégica no Mediterrâneo. Desde 2015, a base serviu como ponto logístico essencial durante a intervenção militar russa na guerra civil síria. Agora, analistas apontam que a retirada será lenta e complexa, dado o grande volume de equipamentos acumulados no local.
A decisão reflete a intenção do novo governo sírio de romper com alianças estabelecidas durante o regime de Bashar Al-Assad. Esse realinhamento representa um desafio significativo para Moscou, que investiu pesadamente em apoio militar e diplomático ao longo da guerra civil. Sem Tartus, a capacidade russa de operar no Mediterrâneo e influenciar regiões como Oriente Médio e Norte da África fica gravemente comprometida.
A saída russa cria espaço para outras potências, como Estados Unidos e China, que podem disputar a ocupação da estratégica instalação. Enquanto os EUA poderiam reforçar sua presença no Mediterrâneo, a China poderia usar Tartus para expandir sua influência em rotas comerciais que conectam a Europa e o Oriente Médio, ampliando tensões com Washington.
O movimento também afeta o equilíbrio regional de poder, permitindo que países como Turquia e Israel ampliem suas influências. Além disso, a decisão sinaliza a fragilidade dos compromissos de Moscou, algo que pode reverberar entre seus aliados, como Irã e Venezuela, gerando incertezas sobre a sustentabilidade de suas parcerias com a Rússia.
Com informações de: Hoje no mundo militar