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EUA desenvolvem poderoso blindado M1E3 Abrams com motor híbrido, camuflagem avançada e uso de Inteligência Artificial de combate

por Sérvulo Pimentel Publicado em 11/02/2025
EUA desenvolvem poderoso blindado M1E3 Abrams com motor híbrido, camuflagem avançada e uso de Inteligência Artificial de combate

O Exército dos EUA está acelerando o desenvolvimento do M1E3 Abrams, a nova versão de seu tanque de guerra principal, para substituir o M1A2. A decisão foi influenciada pela guerra na Ucrânia, que expôs a necessidade de veículos mais leves, eficientes e com maior poder de fogo. 

O novo modelo contará com um motor híbrido-elétrico, carregador automático e novas capacidades tecnológicas. O objetivo é reduzir peso, melhorar a autonomia e a eficiência do tanque no campo de batalha. A previsão é que o novo tanque M1E3 esteja operacional em 2030.

Modernização do M1 Abrams

O Exército dos EUA assinou um contrato com a General Dynamics Land Systems (GDLS) para definir os requisitos do novo M1E3. Segundo documento punblicado pelo Serviço de Pesquisa do Congresso, o programa terá um custo estimado de US$ 2,9 bilhões e um prazo de sete anos.

Como a Guerra na Ucrânia Influenciou o Design do Novo Tanque Americano.
Um M1A2 dispara durante uma competição em Fort Benning, Geórgia, em 2022 (Exército dos EUA)

A iniciativa surge após o cancelamento do M1A2 SEPv4, pois “o tanque Abrams não pode mais aumentar suas capacidades sem adicionar peso”. A guerra na Ucrânia também destacou a necessidade de proteções integradas e maior eficiência logística.

Novas especificações: motor híbrido e carregador automático

O M1E3 terá um motor híbrido-elétrico mais econômico e um sistema de carregamento automático para o canhão de 120 mm. A redução de peso e a propulsão híbrida-elétrica são vistas como características-chave para reduzir os requisitos logísticos e os custos, além de aumentar o alcance, reduzir o ruído e a assinatura térmica do veículo.

O M1E3 terá uma série de inovações, incluindo:

  • Motor híbrido-elétrico para aumentar a autonomia e reduzir o consumo de combustível;
  • Carregador automático e um novo canhão de 120 mm;
  • Munições avançadas, incluindo mísseis hipersônicos e guiados;
  • Proteção ativa contra drones e armas antitanque;
  • Camuflagem para reduzir a visibilidade térmica e eletromagnética;
  • Integração com IA e operação conjunta com plataformas robóticas.

“O tanque será mais leve do que nunca”

“Isso reduzirá a quantidade de combustível que precisa ser transportada no campo de batalha e também reduzirá a pegada eletromagnética do veículo. O tanque será mais leve do que nunca e terá um sistema de defesa ativo capaz de destruir drones inimigos com meios cinéticos e não cinéticos”, diz o documento do Serviço de Pesquisa do Congresso.

Outras Mudanças Planejadas

  • Novas armas: Canhão de 120mm e carregador automático.
  • Munições avançadas: Mísseis antitanque hipersônicos e munições guiadas.
  • Proteção aprimorada: Armadura integrada e sistema de defesa ativa.
  • Tecnologia de ponta: Inteligência artificial, capacidade de operar com robôs e camuflagem avançada.

Produção e implementação

A produção do M1A2 SEPv3 continuará em ritmo reduzido até a transição para o M1E3. Segundo o documento, os fundos iniciais para o M1E3 virão das linhas orçamentárias existentes do Abrams. O Exército também avalia se a Guarda Nacional e outros aliados poderão receber o novo tanque.

Nos próximos 18 meses, o Exército e a GDLS testarão tecnologias como o carregador automático e o sistema de proteção ativa. O objetivo é tornar o M1E3 “mais leve, mais sobrevivente e eficaz no campo de batalha”.

Segundo as diretrizes do conselho, o exército necessita de um investimento de US$ 2,9 bilhões e um prazo de sete anos para desenvolver uma nova modernização no âmbito do programa “veículo de combate de quinta geração” com as capacidades planejadas.

Sérvulo Pimentel

Sérvulo Pimentel

Apaixonado pela língua portuguesa e pelo universo militar, Sérvulo é professor há dez anos e atua como redator há cinco, sendo um especialista na produção de notícias sobre Defesa Nacional e sociedade militar. Na Revista Sociedade Militar, dedica-se a levar informações confiáveis e bem apuradas ao público, sempre prezando pela responsabilidade jornalística e imparcialidade. Seu compromisso é contribuir para um debate informado e acessível sobre temas estratégicos e sociais, aproximando os leitores das principais questões que envolvem as Forças Armadas e a sociedade.