Exército Brasileiro acelera inovação com nova estratégia de encomendas em tecnologia
O Exército Brasileiro está pisando no acelerador da inovação em tecnologia! No dia 20 de fevereiro, o Estado-Maior do Exército, por meio do Escritório de Projetos do Exército, promoveu uma capacitação inédita sobre Encomendas Tecnológicas. A capacitação reuniu especialistas e representantes de diversos órgãos da Força. A iniciativa promete desburocratizar o setor de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e abrir caminho para projetos tecnológicos de ponta no país.
Menos burocracia, mais inovação
As Encomendas Tecnológicas são um modelo revolucionário de contratação. Essas diretrizes permitem que o Exército busque soluções em tecnologia para desafios técnicos complexos sem ficar preso às amarras burocráticas dos processos tradicionais. Diferente das aquisições convencionais, esse formato oferece mais flexibilidade e agilidade, permitindo ajustes ao longo do desenvolvimento do projeto.
Isso significa que o Exército poderá investir em projetos de alto risco em tecnologia, onde os resultados ainda são incertos. No entanto, as possibilidades de avanços disruptivos são enormes. Essa estratégia já é amplamente utilizada por potências militares como Estados Unidos e Israel, que apostam na inovação para manter sua supremacia no campo de batalha.
Exército promove fomento à tecnologia nacional – mas com desafios no caminho.
O evento contou com a presença de nomes de peso no cenário nacional, como Bruno Portela, coordenador do laboratório de inovação da AGU. Além disso, também estiveram presentes Adalberto Maciel, do INPI e André Rauen, da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).
Foram debatidos aspectos cruciais, como a gestão da propriedade intelectual, um tema sensível no Brasil. A preocupação é garantir que as inovações desenvolvidas com investimento público permaneçam sob controle nacional e não sejam apropriadas por empresas estrangeiras.
Além disso, há um grande desafio: o financiamento. Embora a proposta de Encomendas Tecnológicas seja inovadora, o Brasil ainda precisa resolver a questão da falta de investimentos contínuos em defesa e tecnologia. Especialistas alertam que, sem um orçamento robusto e previsível, o país pode perder competitividade e ver suas inovações travadas antes mesmo de chegarem ao campo de batalha.
Multiplicadores da inovação militar
Representantes de diversos setores do Exército marcaram presença, entre eles:
- Estado-Maior do Exército
- Departamento de Ciência e Tecnologia
- Comando Logístico
- Centro de Inteligência do Exército, entre outros.
A expectativa é que esses participantes se tornem multiplicadores do conhecimento, ajudando a disseminar essa nova abordagem para fortalecer a inovação no setor de defesa.
Brasil pronto para a Nova Era da Guerra Tecnológica?
Com ameaças cada vez mais sofisticadas no cenário global, incluindo guerra cibernética, drones autônomos e inteligência artificial aplicada ao campo de batalha, o Brasil precisa se preparar para o futuro da defesa.
As Encomendas Tecnológicas são um passo na direção certa, mas ainda há obstáculos a superar. A pergunta que fica: o Brasil terá ousadia para transformar essa iniciativa em uma revolução real ou continuará refém de entraves burocráticos e cortes orçamentários?