Uma postagem da Revista Sociedade Militar no Instagram, que sugeria uma reflexão sobre a nova camisa vermelha da Seleção Brasileira de futebol com base em uniformes históricos dos Fuzileiros Navais, provocou uma verdadeira enxurrada de reações negativas.
A publicação mencionava que a cor vermelha quando em uso nos uniformes militares remetem à coragem e ao espírito de luta presentes em corporações enviadas para a guerra, questionando se não seria essa a visão dos designers que teriam sugerido o uso de uma camisa vermelha pelos jogadores da seleção brasileira de futebol. Mas, os internautas não perdoaram: uma análise de sentimento por inteligência artificial revelou que 87% dos comentários expressaram rejeição à ideia.
Críticas severas: “Narrativa comunista” e “Desrespeito à tradição”
O levantamento indicou que a maioria esmagadora dos usuários das redes sociais viu com desconfiança a possibilidade. Comentários como “Narrativa comunista”, “A camisa da Seleção é verde e amarela, fim de papo” e “Vão mudar a bandeira também?” ilustram o tom predominante. Para muitos, a tentativa de associar a camisa vermelha a um simbolismo de bravura militar não convence e é percebida como uma tentativa de “passar pano” para uma decisão politicamente carregada.
Além das críticas diretas à cor, diversos comentários denunciaram o que consideram uma “politização indevida” da Seleção Brasileira, com menções recorrentes a partidos políticos e críticas ao governo. Termos como “camisa do PT”, “socialismo”, “regime comunista” e “camisa da vergonha” foram amplamente utilizados, demonstrando uma percepção de que a mudança de cor estaria atrelada a uma agenda ideológica.
Humor ácido e indignação: melancias, memes e boicote
A indignação também veio carregada de sarcasmo e piadas. Muitos internautas zombaram da tentativa de conectar o uniforme da seleção ao tradicional dolmã vermelho dos Fuzileiros Navais, com comparações como “Camisa do Neymar parece a da Associação de Veteranos do CFN”, “Melancia: verde por fora, vermelha por dentro” e até ameaças de boicote: “Não iremos aceitar de boa, promoveremos uma campanha de boicote à Seleção”.

Houve ainda quem ironizasse o argumento militar com frases como “Então vamos vestir os Fuzileiros de verde e amarelo e ver a reação deles” ou “Seleção disputa guerra agora?”.
Apenas 4% apoiaram a ideia – e mesmo assim com ressalvas
Tipo de Sentimento | Exemplos Característicos | Proporção Estimada |
---|---|---|
Negativo (rejeição, ironia, indignação) | “Ridículo”, “Melancia”, “CBF do Lula”, “Bando de comunistas” | ~87% |
Neutro ou explicativo | “Uniforme cerimonial”, “Vem de Portugal”, “Regras da CBF” | ~9% |
Positivo ou apoio | “Coragem em campo?”, “Inspiração dos fuzileiros” | ~4% |
Apenas uma pequena parcela dos comentários (cerca de 4%) demonstrou algum grau de apoio à proposta de enxergar a cor vermelha como expressão de bravura. Mesmo nesses casos, o tom foi predominantemente brando ou irônico, sem engajamento direto à narrativa apresentada. Já cerca de 9% dos comentários se limitaram a apresentar fatos históricos ou normas da CBF sobre as cores da camisa, sem expressar opinião clara.
Entre tradição e identidade nacional
A principal linha de defesa adotada pelos críticos à nova camisa vermelha se apoia na simbologia nacional. Muitos internautas argumentam que as cores da seleção devem refletir a bandeira do Brasil — verde, amarela, azul e branca —, conforme previsto até mesmo no estatuto da própria Confederação Brasileira de Futebol (CBF). “O vermelho não está na bandeira”, afirmaram repetidamente, num coro digital de insatisfação.