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Militares são condenados por furto de arsenal do Exército em São Paulo e escancaram falhas graves na segurança de armamentos pesados oferecidos a facções criminosas

Dois ex-cabos responsáveis pela retirada das metralhadoras foram sentenciados a mais de 17 anos de prisão após desativarem alarmes e burlarem revistas em plena base militar; parte do armamento segue desaparecida

por Alves Publicado em 11/06/2025
Militares são condenados por furto de arsenal do Exército em São Paulo e escancaram falhas graves na segurança de armamentos pesados oferecidos a facções criminosas

Dois ex-cabos do Exército Brasileiro foram condenados a 17 anos e quatro meses de prisão por envolvimento direto no furto de metralhadoras de um arsenal militar em Barueri, São Paulo. A ação criminosa, ocorrida em 2023, resultou no desvio de armamentos pesados que foram oferecidos a facções do Rio de Janeiro e de São Paulo.

A operação criminosa aconteceu durante um período sem expediente na unidade militar. Aproveitando a ausência de fiscalização, os cabos desligaram os sistemas de alarme, violaram lacres e cadeados da Seção de Expedição de Material e transportaram as armas em uma caminhonete coberta com lona. A saída do arsenal foi feita sem revista, após ordem do então chefe da Seção de Inteligência para liberar veículos sem inspeção.

Armas furtadas e destino criminoso

Ao todo, foram subtraídas 21 metralhadoras e um fuzil, sendo que duas metralhadoras do tipo Browning, com poder de derrubar aeronaves, ainda não foram recuperadas. As armas foram entregues a civis e oferecidas ao Comando Vermelho e ao Primeiro Comando da Capital (PCC), conforme revelou a investigação.

Condenação dos envolvidos

Além dos dois cabos, cinco civis foram condenados a penas que variam entre 14 e 18 anos de reclusão por comércio ilegal de armas. Um oficial responsável pela Inteligência recebeu pena de nove meses de detenção, e o então comandante do arsenal foi suspenso por seis meses. Outros 38 militares já haviam sido punidos administrativamente pelo Exército Brasileiro desde o início do inquérito.

Fragilidade na segurança e impacto institucional

O caso evidenciou falhas graves na proteção de armamentos em instalações militares e levantou questionamentos sobre os protocolos de segurança e rastreabilidade de arsenais. A repercussão do episódio ocorre em um contexto de aumento no número de armas legais em circulação no país nos últimos anos, fato que também preocupa especialistas em segurança pública.

Investigação e resposta do Exército

As investigações internas e da Polícia Federal permitiram identificar e responsabilizar os envolvidos. Segundo o Exército, medidas corretivas foram adotadas para reforçar os controles internos. A expectativa é de que os procedimentos de vigilância e fiscalização tenham sido aprimorados para evitar novos episódios semelhantes.

A informação foi divulgada por O Globo e complementada com dados públicos disponíveis em reportagens institucionais e do Ministério Público Militar.

Alves

Alves

Profissional com formação militar adquirida no Exército Brasileiro e experiência nas áreas de gestão administrativa e logística, com atuação no setor industrial, especialmente na indústria cervejeira. Participei do programa Empretec (SEBRAE), voltado à formação de empreendedores com foco em inovação, e sou capacitado em Gestão Financeira, com ênfase em controle orçamentário e apoio à tomada de decisões estratégicas. Atualmente, colaboro com o portal Sociedade Militar, onde escrevo artigos voltados a assuntos militares, defesa, segurança, energia, ciência, tecnologia, inovação e geopolítica. Busco oferecer análises acessíveis, mas tecnicamente embasadas, tanto para profissionais da área quanto para o público geral interessado em assuntos estratégicos e de interesse nacional. Sugestões de pauta ou contato institucional: [email protected]