Kelma, Ivone, Genivaldo e as negociações no SENADO. Como deve ser daqui pra frente?
Nessa terça-feira, 13 de maio, os representantes dos militares deram sua última cartada, foram recebidos pelo Presidente do Senado, um dos últimos “homens fortes” de Dilma, que "prometeu" colocar a MP-2215 em discussão.
Revista Sociedade Militar
O senador Renan Calheiros, como bem disse Lígia Leal em seu blog, é “macaco velho”, resistiu a oposição e à vontade popular quando assumiu a presidência do Senado. Portanto, sabe muito bem lidar com os meandros da política brasileira. Principalmente depois das palavras duras e bastante inquietantes de Kelma Costa e Ivone Luzardo, não vai ser ele o candidato a estopim de uma grande manifestação de militares às vésperas da Copa do Mundo.
Nada de concreto foi acertado e aparentemente as reivindicações urgentes dos militares permanecem sem resposta. Do encontro ficou apenas uma promessa de que o poderoso Renan vai procurar uma maneira de colocar a MP-2215 na pauta.
A recepção dessas notícias pela sociedade militar é que vai ditar o rumo das coisas daqui pra frente. A ação dos representantes está sendo observada, provavelmente alguns deles são pré-candidatos para as eleições desse ano. É verdade que eles já mostraram que têm poder de articulação, conseguiram empreender algum avanço nessas várias reuniões e até criar uma subcomissão para tratar das questões salariais.
Kelma Costa chegou a dizer em outra reunião que consegue lotar vários ônibus de manifestantes, Luzardo já é bem conhecida do governo por seus atos. Some-se a isso o fato das diversas associações de militares estarem agora unidas, coisa que nunca aconteceu antes. Genivaldo Silva, da AMARP-FA aparece também aí como um grande articulador. Será que eles possuem poder de mobilização suficiente para colocar gente na rua e cobrar da presidente, única instância que restou, uma atitude concreta, um compromisso assinado de suprir as necessidades dos militares?
Segundo a avaliação de muita gente, o executivo está brincando com fogo.
Ao longo dos últimos meses ocorreram vários fatos marcantes envolvendo os militares. Se cada um deles aparentemente foi pouco frutífero, é inquestionável que, unidos, geram uma massa crítica muito grande.
Os militares fizeram:
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Uma manifestação no site do Senado que envolveu mais de 300 mil assinaturas e repercutiu enormemente chegando até à Revista Veja e grande jornais. Eles solicitaram a discussão da questão remuneratória.
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Um abaixo assinado contendo milhares de assinaturas em repúdio à declarações de auxiliares diretos da presidente e à retirada de um texto exposto nos sites dos clubes militares, que não são instituições públicas e supostamente têm direito à se manifestar sobre qualquer assunto. Centenas de signatários do documento são oficiais generais, e o mesmo foi novamente aberto para adesões, desafiando a resistência do governo a tal ato. Ouve ameaças de punições.
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O grupo TERNUMA, chefiado por um general, detentor de grande status entre os militares, lançou há poucos dias um manifesto, chamado de carta à sociedade, o mesmo já conta também com milhares de assinaturas de cidadãos brasileiros, entre as mesmas ha nomes de generais, oficiais e praças das forças armadas.
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Um sargento da ativa do Exército pulou da Ponte Rio Niterói e escalou a estátua de Deodoro, em pleno centro do Rio, chamando a atenção para a questão salarial dos militares.
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Reuniões com membros do Ministério da Defesa e até com o Ministro. Foram encontros tensos, a evasão dos melhores cérebros foi ressaltada não só por Jair Bolsonaro, mas também por outros presentes. Na última reunião foi feito uma promessa pública de resposta do MD até o final de abril, a promessa não foi cumprida.
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Diversas manifestações contra a comissão da verdade e uma Marcha da família, onde no Rio centenas de militares, junto com Bolsonaro, mostraram que não estão nada satisfeitos com o governo atual.
Deputados federais ou senadores não podem propor leis para reajuste de militares, nem mudanças nas carreiras. Essa exclusividade do poder Executivo em elaborar e propor os atos relacionados aos salários e carreiras dos militares limita o poder do legislativo nessas questões. Do jeito que está a lei, só com uma bancada forte e o verdadeiro exercício da política, é que pode-se fazer frente à vontade do governo federal. Mas esse ano deve-se começar a dar um jeito nisso, os militares já se politizaram e isso inevitavelmente será mostrado nas urnas. É certo que em 2015 a família militar contará com mais representantes no Congresso e Assembléias estaduais.
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