A direita não perdoa. Romário cairá em desgraça em sua candidatura para o SENADO?
O Rio de Janeiro só terá uma vaga para o Senado nas próximas eleições, alguns especulavam que esta poderia ser preenchida por Romário, que tem se mostrado um ferrenho opositor das falcatruas perpetradas pelo governo nos últimos anos, principalmente na questão da preparação para a Copa do Mundo.
Muita gente que se opõe ao governo do PT tinha Romário como seu candidato preferido, mas na última semana essa esperança foi por água abaixo quando o mesmo aceitou concorrer na mesma chapa que Lindberg Farias, do PT e aliado de Dilma Roussef.
Hoje pela manhã um dos comentários em sua fanpage dizia: “– Romário é PT. Não terá meu voto. Dize-me com quem andas e eu te direi quem tu és.”
Outro comentário pedia explicações para o ex-jogador, a pergunta era: “Romário, explica se quem votar em você estará automaticamente votando no PT? …aí é o cerne da questão!
Romário respondeu, ele disse: Claro que não!
O baixinho ocupa a vaga de Jandira Feghali do PCdoB, à qual agradeceu por ter lhe cedido a vaga para a candidatura e aliança com o PT. No lançamento da aliança e candidatura de LindBerg e Romario, com PT, PCdoB, PSB e PV, houve um grande tumulto, fiscais do TRE foram ignorados. A Deputada Jandira deve ser processada pelo TRE do Rio por ter incitado militantes a hostilizar os fiscais do governo.
Especialistas em política dizem que Romário, antes favorito, poderá ser derrotado por um candidato que faça oposição ao governo atual.
Os grupos mais exigentes desse país são “não – esquerda”, ou seja podem até não se assumir explicitamente como “de direita”, mas invariavelmente são pessoas que observam atentamente o dia-a-dia, estão ligados em questões políticas, econômicas e sociais. Estes não perdoam qualquer aliança ou posicionamento duvidoso, gostam de discursos claros e ações realizadas sem segredinhos. Não são pessoas que se compra com uma cesta básica, churrascos regados à cerveja ou promessas de ascendência social não ligada ao trabalho duro e estudo.
Já foi provado que a maioria dos freqüentadores das redes sociais são pessoas que gostam de ler, são formadores de opinião e tem poder de mobilização social.Apenas 8% dos usuários de grupos no facebook pertence às classes D e E, mais próximas da linha de pobreza.
Veja ao lado aceitação dos atuais candidatos à Presidente do Brasil, nas redes sociais.
A sociedade “não esquerda” quase sempre tem em comum a defesa das posições abaixo, com poucas variações.
· A defesa da honestidade na gestão do patrimônio público;
· A redução dos impostos;
· Ajuda para quem precisa e não para quem não quer trabalhar;
· O livre mercado;
· A propriedade privada é intocável;
· Estado deve ser menos intervencionista;
· Tribunais devem ser eficazes e rigorosos;
· Fim do assistencialismo eleitoreiro;
· liberdade de expressão.
· Liberdade religiosa.
Essas coisas e mais algumas poucas, geralmente derivadas dessas, nos bastam.
É obvio que há divergências, uns querem ainda hospitais públicos, outros acreditam que a saúde deve ser totalmente privatizada, e outras questões sempre surgirão. A própria possibilidade de discussão faz parte do que defendemos. Devemos ter sempre em mente que lutamos por um estado democrático de Direito.
Questões importantes sobre mobilização.
Se você é "de direita", "conservador" ou simplesmente não-esquerdista esse texto é importante para você, as outras questões são menores, se resolve depois.
A direita brasileira, que graças à internet já esboça uma reação, tem de superar alguns poucos problemas pontuais. Vencidas essas questões não há como se impedir uma vitória nos próximos anos. Há ainda falta de políticos que assumam esse posicionamento, mas a tendência é que estes surjam, na medida em que o paradigma do politicamente correto caia. Já está acontecendo. O próprio ceticismo e cuidado em abraçar novos projetos, a descentralização das decisões, individualismo, garra em lutar por ideais e foco em alcançar um objetivo concreto e completo, que são características intrínsecas da sociedade de direita, têm sido obstáculos à reorganização desse grupo. Na questão política que se apresenta devem ser feitas concessões, deve-se buscar os focos comuns e estreitá-los o máximo possível, concentrando as forças no alvo estabelecido. Depois de alcançado o objetivo, democraticamente se discutirá as posições de cada um.
Exemplo negativo.
– Na campanha passada “Fora PT #2014semPT” lançada pelo Site Sociedade Militar, embora mais de 70 mil pessoas tenham aderido, houveram algumas negativas sob alegação de que deveria ser também “Fora PSDB”, ou Fora PMDB”. Sim, é uma argumentação fundamentada, mas não seria possível abarcar em uma só campanha o desejo de toda a sociedade de direita, temos que focar em um objetivo inicial. Se você é contra o PT e o PSDB o fato do movimento abarcar somente parte de sua posição não é motivo para se colocar como “do contra”.
Trabalhar em equipe exige flexibilização.
Exemplos positivos.
1 – Na passeata do Rio de Janeiro, de 22 de março, conversamos com várias pessoas que não desejavam a intervenção militar, mas compartilhavam do desejo que o PT deixasse o governo, estes compareceram ao evento e levaram apenas bandeiras do Brasil. Engrossaram as fileiras porque entendem que, desde que se caminhe para a direita, devem cooperar. A própria manifestação em si era uma demonstração de reprovação contra o governo atual, o movimento foi interessante e chegou ao principais jornais do Brasil e mundo.
2 – Na passeata de São Paulo havia pessoas com cartazes condenando as urnas eletrônicas e pedindo o voto convencional, estes obviamente não pediam intervenção militar, mas entendiam que os pleitos ali presentes apontavam para a direita, por isso somaram forças. Havia também manifestos citando o caos na Petrobras.
Não vivemos mais no contexto dos séculos passados, hoje há um sem número de possibilidades que cabem dentro de cada opção política, uma pessoa pode se declarar de direita e ter preferências distintas em relação a diversos assuntos.
A esquerda no Brasil conseguiu sua hegemonia justamente por se focar nos objetivos comuns. Colocando de lado as divergências eles abarcaram todos os grupelhos que tinham uma nesga de socialismo em seus projetos, por mais absurdos que estes fossem. Virou para a esquerda eles entram no barco, depois acertam os detalhes.
Não somos idiotas úteis e nem carregados pela emoção, precisamos nos focar. Precisamos nos unir e traçar objetivos com possibilidade de sucesso. Depois resolvemos nossas questões menores, coisas “de família”.
Vamos construir uma lista de todos os estados. Quem são os candidatos comprometidos com os nossos princípios? Nomes podem ser postados nos comentários, partido e número também é desejável.
Para elaboração da lista vale um estudo apurado de histórico recente de vida, discursos, projetos políticos e principalmente uma convincente colocação sobre a escolha do partido, se este não for declaradamente de direita.
Robson A.D.Silva. Escreve para Revista Sociedade Militar.