Quem no Rio de Janeiro já participou de manifestações conservadoras ou protestos envolvendo militares das Forças Armadas inevitavelmente percebeu a presença de um homem fardado, portando cartazes e uma cruz camuflada. Ele é o já conhecido cabo Vasconcelos.
O ex-militar foi demitido da Marinha do Brasil em 1994 enquanto ainda realizava tratamento psiquiátrico. Junto com um amigo também ex-fuzileiro, foram ouvidos pela Revista Sociedade Militar.
O cabo faz questão de ressaltar o enorme apreço que tem pela força, o que já fica bem evidente pelo seu comportamento, ele se veste como militar e usa ainda alguns jargões bem conhecidos de militares da Marinha do Brasil.
“… não posso desistir, eu acho que as autoridades militares tem que… o militar não é só a farda, ele tem a família, ele tem os pais idosos como eu… alguém já perguntou como é que aguento, eu falo que eu sou fuzileiro e não vou desistir de uma coisa que eu conquistei com mérito… foi muita batalha, eu não fiquei oito horas… foi mais de oito anos… colegas, muitos já são até suboficiais… eu amo a Marinha, sofri um acidente e estou nessa luta… eu tenho até um abaixo assinado.. são vários militares que viram que teve erro, não foi um desligamento justo… quero que a Marinha seja justa, quero meu cargo de volta… quero que investiguem. Um militar não pode ser desligado doente, eu estava em tratamento de saúde e com os exames anormais… “
Segundo conta, é um militar concursado que em um dia normal de trabalho, em 1989, repentinamente sentiu uma pancada na cabeça, foi atendido pelo setor de urgência do quartel e depois mandado de volta para o trabalho. A seguir – narra – começaram problemas psiquiátricos, internações e – por fim – a demissão da Marinha do Brasil sem direito a reforma, salário ou a tratamento médico nas instituições hospitalares da força naval.
Processo na justiça (nº 0017345-24.2011.4.02.5101) foi resumido assim pela 23ª Vara Federal do Rio de Janeiro
“ … alega que foi incorporado ao serviço militar em 28/07/1986. Que sofreu acidente em meados de 1989 quando fazia serviço de faxina, batendo com a cabeça no chão. Que em 1992 foi julgado incapaz temporariamente para o serviço ativo por doença com relação de causa e efeito, tendo sido indicado acompanhamento na Psiquiatria, passando a usufruir de licenças médicas, reiteradas até 1993. Em 1995 foi declarado interditado pela 1ª Vara de Família de Nilópolis por ser portador de doença mental, apresentando distúrbios desde 1992. Assim, entende que fazia jus à reforma e não ao licenciamento…
Ao nos exibir cópia de ação na justiça ele lamenta uma menção do magistrado a suposta ausência de provas de que houve um acidente, ao mesmo tempo em que nos mostra, agitado, o atestado de origem, documento que comprova – com a assinatura de testemunhas – que de fato sofreu um acidente no quartel.
Ele aponta ainda outro erro, diz que a justiça o tratou como militar temporário, mas que na verdade era um militar concursado, pois foi aprovado em um concurso de âmbito nacional para o Corpo de Fuzileiros Navais.
Impossibilitado até hoje de ser admitido por concurso público ou empregado em qualquer outra atividade, justamente por causa das sequelas que possui, que acabaram fazendo com que fosse considerado incapaz e – inclusive- interditado, o ex-militar acredita que pode sensibilizar a Marinha do Brasil a iniciar um novo processo para avaliar administrativamente a sua situação.
Consultado pela Revista, um advogado especialista em causas militares declarou que a instituição, caso queira, pode instaurar um procedimento de oficio para reanalisar o fato e – se for o caso – conceder a reforma para o ex-cabo Fuzileiro Naval Vasconcelos. Militar ouvido pela RSM acredita que com a publicação de artigo sobre o caso podem surgir novas testemunhas.
O contato com o Ex-cabo Vasconcelos pode ser feito pelo WhatsApp 21 975595934
Robson Augusto – Revista Sociedade Militar
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