Nesta quarta-feira, 28 de agosto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva causou polêmica ao falar diante de militares, em cerimônia comemorativa dos 25 anos do Ministério da Defesa.

Em suas declarações, Lula elogiou o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, afirmando que ele e sua gestão será consagrado como o mais hábil ministro da Defesa da história do país. Ao mesmo tempo, o presidente defendeu a necessidade de mais investimentos na área de defesa, uma declaração que contrasta com as recentes ações de seu governo.

Em evento diante de militares, Lula afirmou que a “verdadeira missão” das Forças Armadas é garantir a ordem e proteger a soberania nacional. Ele também destacou a importância de mais investimentos na defesa, um ponto teoricamente de concordância entre ele e os militares.

No entanto, o histórico recente do governo mostra uma realidade diferente. Em abril, foram realizados cortes altíssimos no orçamento da Defesa, Polícia Federal (PF) e Agência Brasileira de Inteligência (Abin), totalizando mais de R$ 400 milhões, segundo matéria do Poder 360.

Os comandantes das três Forças Armadas têm solicitado repetidamente mais investimentos, destacando a necessidade de equipamentos e manutenção das operações. O Comandante da Marinha, só para ficar em um exemplo, disse que 40% de sua frota será aposentada por falta de recursos.

A Defesa, por sua vez, que já enfrenta restrições orçamentárias severas, pediu R$ 1,4 bilhão para fechar as contas em 2024, conforme informou o jornal O Globo. Mesmo assim, o governo continua a enfrentar dificuldades em liberar recursos, levando a uma insatisfação crescente entre os militares.

Mesmo diante das frequentes promessas de mais investimentos, as Forças Armadas têm visto seu orçamento encolher nos últimos anos. O corte de R$ 280 milhões na Defesa, juntamente com reduções em outras áreas críticas como PF e Abin, demonstra a disparidade entre o discurso e a prática do governo.

Além disso, os projetos estratégicos das Forças Armadas, como a compra de caças Gripen e submarinos, enfrentam atrasos contínuos devido à falta de recursos.

Embora Lula tente se aproximar dos militares, elogiando a gestão de José Múcio e defendendo mais investimentos, a falta de ações concretas tem gerado ceticismo. Os militares, já cansados de promessas, esperam mudanças reais na área de defesa, mas enfrentam uma realidade de cortes e restrições orçamentárias.

O elogio a Múcio, por mais que tenha sido bem recebido, é visto por muitos como uma tentativa de fazer média com a classe, que aguarda por ações mais decisivas do governo.