A disputa entre China e Estados Unidos para decidir o futuro da exploração espacial ganhou um novo capítulo: quem define o fuso horário da Lua. Com a crescente presença de missões lunares, coordenar as atividades entre as nações se tornou essencial. Enquanto os EUA lideram um esforço para criar um fuso horário lunar, a China segue um caminho independente, destacando a corrida espacial entre as duas potências, conforme destaca o portal de notícias chinês South China Morning Post.

O que está em jogo

A Nasa, em parceria com países signatários dos Acordos de Artemis, propôs a criação do Tempo Lunar Coordenado (LTC). A ideia é criar um padrão de tempo que garanta a segurança e a eficiência das futuras missões à Lua. “O conhecimento do tempo em regimes operacionais distantes é fundamental para a descoberta científica, o desenvolvimento econômico e a colaboração internacional”, afirmou o Escritório de Política Científica da Casa Branca.

Por outro lado, China e Rússia estão fora desse projeto. Pequim, com seus próprios planos, propôs uma rede de satélites para a Lua que funcionaria como um GPS lunar, oferecendo não apenas navegação, mas também um sistema de cronometragem específico para suas missões.

Rumo à liderança espacial

A disputa vai além da ciência. Estabelecer um padrão de tempo lunar é, também, uma questão de influência política e controle sobre a próxima fase da exploração espacial. “Durante a Guerra Fria, cada país usava seu próprio sistema de tempo para missões na Lua”, relembra a pesquisadora Namrata Goswami, da Universidade Estadual do Arizona. Agora, com o aumento das atividades, um fuso horário comum é necessário para a coordenação entre os países.

Pequim pretende ter seu sistema operacional até 2028, enquanto os EUA avançam na criação do LTC. A corrida para determinar “que horas são na Lua” simboliza a disputa pelo futuro da exploração espacial.

A importância de um fuso horário lunar

A diferença de velocidade entre os relógios da Terra e da Lua é mínima, mas fundamental para o sucesso de missões espaciais. Segundo a Nasa, relógios na superfície lunar avançam 56 microssegundos mais rápido por dia, o que exige ajustes precisos.

A criação de um tempo lunar é um passo essencial para garantir o sucesso das próximas décadas de exploração espacial. A questão agora é: quem vai ditar as horas na Lua?