DIRETOR DA ABIN posto sob SUSPEITA por ser filho de oficial que atuou na repressão. Erundina diz que é INADIMISSÍVEL a presença do filho do oficial na ABIN. Foi revelado na semana passada que o atual número dois da ABIN, Ronaldo Martins Belham, é filho de General José Antônio Nogueira Belham, um oficial que comandou o DOI-CODI no Rio de Janeiro na época da repressão aos comunistas, foi mencionado ainda que – servindo na ABIN – o filho do general tem acesso privilegiado a informações que seriam importantes para o esclarecimento de fatos ocorridos durante o regime militar. Paulo Vannuchi, ex-ministro da Secretaria de Direitos Humanos no governo Lula, eleito recentemente membro da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), defendeu que a questão precisa ser analisada com extrema cautela. “O importante é a luz que a imprensa jogou nesse caso. O debate gerado após a divulgação do fato é bastante relevante. Eu concordo com a preocupação das entidades”, afirmou. Vannuchi fez questão de salientar que os filhos não podem ser responsabilizados por atitudes dos pais. “Precisamos também deixar claro que o fato de ser filho de um agente da repressão não o torna um torturador. Em 2012 ocorru uma manifestação, realizada pelo Levante Popular da Juventude, (que tem ligações com o MST e é orientado por João Pedro Stedile) em frente a residencia do General Belhan, no bairro do Flamengo – RJ, acusando-o de torturador por ter chefiado setores ligados a repressão nso anoS 60 e 70. A comissão da verdade pretende convocar o oficial para depor ainda esse mês. A cobrança precisa ser feita com muita cautela. Há uma suspeição presumida”, afirmou Paulo Vannuchi. No entanto, a coordenadora da Comissão da Memória, Verdade e Justiça da Câmara, deputada Luiza Erundina (PSB-SP), classificou de “inadmissível” e “incompreensível” a permanência de Ronaldo Martins Belham em uma posição de destaque na Abin. “Pela natureza do cargo que ocupa, não consigo compreender como ele pode exercer essa função, mesmo que não tenha nenhuma relação com os atos cometidos. Não se trata disso. A pessoa precisa ser isenta. É inaceitável e inadmissível, pelo caráter do órgão que ele representa. O simbolismo disso é muito forte”, avaliou. A parlamentar justificou a posição alegando que, mesmo que os documentos da época tenham sido encaminhados ao Arquivo Nacional pela Abin, várias informações ainda não foram descobertas. |
“Eu, no lugar dele, me sentiria desautorizada. Existe muita verdade a ser revelada ainda. Há muitas fontes que não chegaram nem ao conhecimento da Abin. Que liberdade esse homem tem se ele receber, pelo cargo que ocupa, informações que ajudem a compreender o caso Rubens Paiva? Ele terá autonomia para avaliar os dados? Não pode. Temos que ser intransigentes em relação a isso”, afirmou Erundina. Ronaldo Martins Belham em 2012 foi agraciado pelo Ministério da Defesa com a medalha da Ordem do Mérito Militar, é engenheiro e diplomado pela Escola Superior de Guerra na turma de 1996 e ocupa o cargo de diretor geral adjunto na ABIN. O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) afirmou que há uma “perseguição” de militares no Brasil por parte da esquerda petista. “É uma perseguição canalha. Vocês deveriam ir atrás das informações sobre o grupo terrorista que a presidente Dilma Rousseff integrava. Esse grupo matou, roubou e sequestrou. Isso é crime. O problema é que o cara leva um cascudo e dizem que é tortura”, alegou.{jcomments on} https://sociedademilitar.com.br com informações de Correio Brasiliense e Militares Brasil, fotografia de Carta Maior. |