Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado pelo portal R7 revela que a atuação das Forças Armadas Brasileiras no exterior registrou avanços significativos durante o governo Bolsonaro, entre os anos de 2020 a 2023. Mais de mil militares das Forças Armadas Brasileiras participaram de diversas atividades relacionadas à defesa fora do país nesse período. Os destinos mais frequentes foram os Estados Unidos, com 345 militares, seguidos pela Suécia, com 83, Colômbia, com 68, e Reino Unido, com 55, entre outros.
Durante esses anos, as atividades desempenhadas pelos militares brasileiros no exterior foram diversas e abrangentes. Incluíram participação em cursos, missões em representações diplomáticas, envolvimento em fóruns e grupos de trabalho, treinamentos e até operações de paz e humanitárias.
Os dados revelam um aumento significativo na participação em missões internacionais. Destaca-se também o fortalecimento das relações com a Colômbia, um parceiro regional de grande importância.
Segue a lista de países que mais receberam missões dos militares brasileiros depois dos Estados Unidos:
Suécia (83), Colômbia (68), Reino Unido (55), França (42), Namíbia (33), Argentina (32), Alemanha (31), Paraguai (28), Portugal (24), Chile (21), Canadá (21), Itália (19), Espanha (18), Peru (15), Bolívia (15), Equador (10), Moçambique (10), Cabo Verde (10). Os demais países do catálogo, como Israel (6), China (5), Guiana (4), Rússia (3) e Líbano (2), possuíam cada um menos de dez militares brasileiros durante o período.
Em comparação com os governos Fernando Henrique Cardoso e Dilma Rousseff, fica clara a orientação internacionalista de cada governo. Segundo o pesquisador Pedro Silva Barros, os governos de FHC e Dilma privilegiaram a relação com os países do hoje chamado “Sul Global”, sobretudo aqueles que fazem parte dos Brics.
“Nos governos Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, os acordos eram mais diversificados. No caso da Dilma Rousseff, foi mais concentrado nos países que fazem parte dos Brics (além do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Jair Bolsonaro, por sua vez, Estados Unidos. A disparidade é grande e tem razões históricas e institucionais. Por um lado, há uma pró-atividade norte-americana. Do outro, um processo ainda incompleto de consolidação do Ministério da Defesa”, argumenta Barros.
Fonte: R7