Xi Jinping resolveu dar um show de força e colocar os Estados Unidos na parede, impondo sanções a 13 gigantes da indústria bélica dos EUA e a seis executivos, em resposta a mais um pacote de vendas de armas para Taiwan. É a mais nova e explosiva crise entre as duas maiores potências mundiais. As restrições, que entram em vigor nesta terça-feira, 5 de dezembro, congelam os bens das empresas e indivíduos que constam na lista e proíbem negócios com eles, segundo informa a estatal russa TASS.
O Ministério das Relações Exteriores chinês não poupou palavras. “Os EUA aprovaram recentemente outra venda de armas para a região de Taiwan, na China, um movimento que viola descaradamente o princípio de uma só China e as disposições de três comunicados conjuntos China-EUA”, afirmou a pasta, acusando o governo americano de interferir em assuntos internos e de minar a soberania chinesa.
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Entre as empresas sancionadas estão a Teledyne Brown Engineering, BRINC Drones, e a Kratos Unmanned Aerial Systems, além de executivos de destaque, como Charles Woodburn, CEO da BAE Systems Land and Armament, que deverão ser banidos do país. As sanções atingem também altos funcionários de subsidiárias da Raytheon e da United Technologies.
A decisão chinesa foi desencadeada pela venda, em outubro, de um pacote de quase US$ 2 bilhões em armamentos para Taiwan, incluindo o sistema de mísseis NASAMS. Em reunião com Joe Biden em novembro, Xi Jinping pediu cautela sobre Taiwan, defendendo a “reunificação pacífica”. Desde 1949, a ilha é governada de forma autônoma, mas a China a considera uma província rebelde.
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É a resposta de Xi Jinping à decisão de Washington de vender bilhões de dólares em armas para Taiwan, um movimento que a China considera uma provocação.
Contextualização
Desde 1949, Taiwan é governada por seu próprio governo local, após a derrota das forças do Kuomintang, lideradas por Chiang Kai-shek (1887-1975), que se refugiaram na ilha após a guerra civil chinesa. Pequim, por outro lado, vê Taiwan como uma província, uma visão que também é compartilhada pela maioria dos países, inclusive a Rússia.
Em 1979, os Estados Unidos romperam suas relações diplomáticas com Taiwan e estabeleceram uma nova parceria com a China. Apesar de aderirem à política de “Uma China”, os EUA continuam a manter laços com o governo de Taipei e a fornecer armamentos à ilha. Segundo estimativas chinesas, os Estados Unidos teriam enviado mais de US$ 70 bilhões em ajuda militar a Taiwan nos últimos anos.