Frequentemente, discussões sobre se “compensa” ou não ingressar no Exército Brasileiro ou nas Forças Armadas tomam conta das redes sociais. Em comentários ou postagens, usuários expressam opiniões diversas sobre o tema. Afinal, vale a pena ou não entrar no Exército? A Revista Sociedade Militar consultou entusiastas, especialistas e militares para chegar a uma conclusão sobre o assunto. O veredito inicial, de acordo com a maior parte dos analistas, é: para quem tem fibra, determinação e está disposto a pagar o preço, a carreira no Exército Brasileiro pode ser uma das experiências mais desafiadoras e recompensadoras da sua vida!
Mais do que um trabalho, uma missão!
O Exército Brasileiro (EB) carrega o lema “Braço Forte, Mão Amiga”, e isso não é à toa. A instituição tem um papel sobretudo fundamental na defesa do território nacional. Mas isso não é tudo: o Exército Brasileiro também atua em missões de paz da ONU ao redor do mundo. De Timor-Leste (1999) ao Haiti (2004), os militares brasileiros já foram enviados para zonas de conflito e instabilidade, garantindo segurança e apoio humanitário. Além disso, a força terrestre brasileira protege embaixadas em regiões turbulentas e entra em ação quando crises internas tomam conta do país.

Basta lembrar dos momentos em que o Exército precisou assumir a segurança pública em estados onde a Polícia Militar entrou em greve, como Bahia (2014), Espírito Santo (2017) e Ceará (2020). Nessas ocasiões, soldados tiveram que encarar um cenário caótico, enfrentando saques e violência urbana para garantir a ordem.
Apesar da política externa pacífica do Brasil, o Exército já precisou reagir a ameaças reais, como os confrontos com as FARC na fronteira da Amazônia e a tensão com vizinhos sul-americanos.
Poder de fogo: o Brasil está preparado para o combate?
Quando falamos de defesa nacional, o Brasil não fica para trás dos seus vizinhos. O Exército Brasileiro conta com armamentos modernos e vem investindo cada vez mais em tecnologia bélica nacional. O sistema Astros 2020, desenvolvido pela Avibrás, é um exemplo disso. Esse lançador de foguetes pode disparar munições altamente explosivas, incendiárias e até mesmo o novo míssil de cruzeiro AV-TM 300 “Matador”, que tem alcance de 300 km e pode inclusive alterar sua rota durante o voo.

O futuro ainda promete mais avanços, com novos sistemas de defesa antiaérea sendo desenvolvidos. No entanto, há críticas sobre a demora do Brasil em modernizar suas forças terrestres. Enquanto países vizinhos investem pesado em drones e defesa cibernética, o Exército Brasileiro ainda enfrenta sobretudo desafios logísticos e orçamentários.
Vida de soldado: só para os fortes!
De acordo com militares ouvidos pela Revista, o treinamento no Exército Brasileiro é sobretudo rigoroso, físico e mentalmente. Bons exemplos disso são unidades como a de Paraquedistas, que precisam dominar técnicas avançadas de salto e sobrevivência. Até mesmo saltos arriscados, como o HALO jump, um salto de mais de 10 mil metros de altura, onde o paraquedas só é acionado próximo ao solo para evitar detecção inimiga. Isso exige resistência extrema, já que o ar rarefeito e o frio intenso tornam cada segundo um desafio.
Para os que gostam de blindados, os desafios também são complexos. Ser artilheiro em um Leopard 1A5 não é brincadeira! Dentro do tanque, o ambiente é claustrofóbico, com temperaturas extremas e um barulho ensurdecedor a cada disparo. Além disso, a tripulação precisa agir rápido para evitar ser um alvo fácil, já que existem munições projetadas para penetrar a blindagem e transformar o veículo em uma armadilha mortal.
E não pense que a vida na selva é mais fácil! Os militares que se aventuram na Amazônia precisam aprender a encontrar comida e água potável na floresta, suportar longas marchas carregando equipamentos pesados e manter a calma mesmo diante do perigo constante. Quem serve na Amazônia conhece bem essa realidade.
Nem tudo são flores: os desafios da carreira militar
Apesar do prestígio e da estabilidade da carreira, nem tudo é positivo. Muitos militares reclamam das constantes transferências, que podem levar soldados a diferentes estados ao longo da vida, dificultando a vida familiar. Além disso, os salários de soldados e sargentos estão longe de serem atrativos quando comparados a algumas carreiras civis.
Outra polêmica que ronda o Exército Brasileiro é o seu envolvimento em operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). Essas missões, onde os militares substituem a polícia em momentos de crise, são frequentemente criticadas por especialistas em segurança pública. Muitos argumentam que o Exército não deveria atuar como força policial, pois seu treinamento é voltado para a guerra, e não para patrulhamento urbano.
Além disso, há o dilema político. Nos últimos anos, a crescente presença de militares no governo gerou debates sobre o papel das Forças Armadas na democracia. Enquanto alguns veem isso como um sinal de disciplina e organização, outros alertam para os riscos de militarização da política.
Mas vale a pena?
Para os analistas, quem tem vocação para desafios extremos, quer servir ao país e não se importa com os sacrifícios, a carreira no Exército Brasileiro pode ser uma das experiências mais marcantes da sua vida. Mas é preciso entrar sabendo que não será fácil. Afinal, como dizem os próprios militares: “Missão dada é missão cumprida!”