Mais um protesto de militares da reserva. FRACASSO OU APRENDIZAGEM?
ARTIGO DE COLABORADOR{jcomments on}
Desde os meados de maio que em vários sites percebemos convocações para participação de um protesto em Brasília, a ser realizado por militares e familiares. Na internet foi um sucesso, em um dos sites militares (Sociedade Militar) foram mais de 57 MIL visualizações e alguns milhares de compartilhamentos. Algumas frases de incentivo foram bem interessantes:
“Estamos juntos com esses HERÓIS MILITARES, vítimas do TERRORISMO SALARIAL…!!!”
“não temos só que marchar, temos mesmo é que tomar as redeas deste país e recoloca-lo num patamar superior…………..fechar esta bosta de congresso que ai está já seria uma primeira providencia……..antes que levem nosso pais à falencia de tudo que ainda resta como dignidade!”
“VAMOS FAZER ALGO PELA NOSSA CLASSE NÃO PODEMOS MAIS NOS ENCOLHER NÃO HA ESPAÇO !!!!!!!!”
“MILICO MEDROSO NÃO COMPARTILHA! QUEM É BOM JÁ VEM DO OVO!”
NO DIA DA MANIFESTAÇÃO APARECERAM 60 pessoas!!!
Para que se realizasse manifestação dos cristãos em Brasília, que foi praticamente omitida pela mídia, houve um investimento da ordem de 500 mil reais, sem contar com todo o aparato midiático que possui o pastor Silas Malafaia, organizador do evento. Para levar alguns GAYs para o centro de São Paulo foram investidos também milhares de reais.
E os militares? Recentemente vimos publicada na internet uma planilha de gastos realizados com as manifestações dos policiais do Distrito Federal, nela os organizadores detalharam cada centavo gasto com faixas, carro de som etc. Eis aí uma ótima idéia, a abertura de uma conta em nome de uma das associações já existentes (ou nova), a apresentação de projetos, orçamentos, planos, e a atualização do numerário arrecadado para o evento, de forma que os interessados possam saber quanto já foi arrecadado e como o dinheiro será empregado. Assim poderia se realizar atos mais organizados. Dessa forma os eventos poderiam contar com carros de som, com ônibus para transporte do pessoal até o local e até com alguma propaganda antes do ato em si, o que é algo de suma importância. Sem organização e dinheiro tudo fica mais difícil.
Quanto foi investido para realizar a manifestação em Brasília? Quem contribuiu para que o movimento acontecesse? Havia uma conta aberta para captar fundos para o movimento?
Residindo no Rio de janeiro estivemos presentes na manifestação realizada em Copacabana, e pude observar ali cerca de 200 pessoas, talvez um pouco mais do que isso, que se esforçaram para fazer barulho e anunciar à sociedade as demandas sociais dos militares das forças armadas, havia faixas até em inglês. Porém o movimento, que já era pequenino, foi ainda minimizado pela mídia, na época os escrachos e manifestações menos ordeiras ocuparam o espaço nos jornais.
O único que poderia falar em nome da categoria assumiu outras frentes de batalha, que mesmo que racionais, não correspondem às demandas daqueles que o colocaram no poder, o que fez com que a opinião pública se voltasse contra ele. Se Bolsonaro se esforçasse poderia movimentar pelo menos algumas centenas de militares em uma manifestação no Rio, ou em Brasília, mas até hoje não fez isso. Seu filho é deputado no Rio e tem bastante afinidade com os membros das forças de segurança pública, e poderia ajudar numa moviimentação desse tipo.
Ivone Luzardo se coloca já ha muito tempo como representante dos militares das forças armadas em manifestações pequeninas e panelaços, que na verdade deixam os militares bastante constrangidos perante a opinião pública, que não compreende muito bem as razões das esposas tomarem o lugar dos maridos nas reivindicações. Em entrevista após a “manifestação” de terça-feira a presidente da UNENFA disse que: “O clima é tenso pela falta de incentivo financeiro. Além disso, o anúncio do corte para a Defesa gera insegurança. A reclamação fica por conta dos aparelhos e equipamentos obsoletos … “
Uma reportagem de O DIA ONLINE publicou ontem: “manifestantes ligados a entidades representativas dos militares se reuniram ontem, em Brasília, no Dia da Batalha do Riachuelo, para reivindicar a reposição salarial de 28,86% que se arrasta desde 1993”
É preciso falar com franqueza, os militares federais não tem nenhuma representação eficaz, as tais entidades representativas realmente parecem se esforçar, realizam contatos com parlamentares e até já conseguiram audiências públicas, mas são ainda tão inexpressivas que não conseguem reunir uma centena de pessoas em Brasília, onde o contingente militar da ativa e inativos é enorme. O fracasso do dia 11 serviu para mostrar que há necessidade de uma mudança de estratégia com urgência.
https://sociedademilitar.com.br – Gustavo A.K.Lamonier