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China comprova a existência de água na Lua em material colhido por sua sonda lunar

Segundo cálculos científicos, trata-se de cerca de 270 trilhões de kg de água no satélite natural do nosso planeta

por Nivaldo
30/03/2023
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Módulo lunar da Change E-5. Foto: CNSA/NASA

Notícia literalmente “impactante” sacudiu os meios científicos de pesquisas espaciais no solo lunar essa semana. 

 
A Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço (CNSA), a equivalente chinesa da NASA, informou que descobriu amostras de água em material coletado na lua em sua missão em 2020. As análises só foram concluídas agora. 
 

Os cientistas estão otimistas com a possibilidade de, futuramente, os astronautas poderem produzir água potável, ar respirável e até combustível para foguetes. Isso porque o Chang’e 5, rover chinês, descobriu mais água na Lua, que está presa em minúsculas contas de vidro.

O rover permaneceu duas semanas na Lua em 2020, perfurando vários metros da superfície lunar e recuperou 16,7 kg, dentre os quais estavam as contas de vidro de uma cratera de impacto. Os achados foram publicados em pesquisa na Nature Geoscience nesta segunda-feira (27).

A descoberta vai de encontro com missões recentes das últimas décadas que mostraram que a Lua não é seca, ao contrário da crença de longa data de que o satélite seria desprovido de água. Várias missões da NASA e outros centros de pesquisa têm detectado a presença de hidrogênio em algumas partes da lua.

Essa, porém, é a primeira vez que é coletado material in situ e trazido para análise aqui na terra por cientistas. 

A descoberta não só comprovou as observações anteriores, como demonstrou que, possivelmente , há depósitos dessa água por todo o satélite lunar, em toda sua superfície.

A superfície da Lua é coberta por pequenas contas esféricas de vidro de silicato, que variam em tamanho, entre dezenas de micrômetros a alguns milímetros. Algumas das contas se formaram quando asteroides se chocaram contra a Lua, enquanto outros são resultados de atividade vulcânica na superfície lunar, ocorrida há milhões de anos.

Amostras lunares do programa de exploração lunar da missão China Chang’e-5 em exibição no Museu Nacional de Pequim, China

Em seu laboratório em Pequim, China, cientistas de instituições chinesas examinaram um pouco dessas esferas microscópicas usando um instrumento especial, chamado de espectrômetro de massa de íons secundários, que analisa superfícies sólidas com um feixe de íons e descobriu água embutida no interior, conforme o estudo.

A água é o resultado de reação química entre o oxigênio nas contas e os átomos de hidrogênio emitidos pelo Sol, transportados para a superfície da Lua pelos ventos solares e depositados no solo.

Embora a quantidade de água seja pequena em cada conta, há muitas contas na Lua – o suficiente para cerca de 270 trilhões de quilos de água, segundo o estudo. Isso é o equivalente a 71 trilhões de galões.

Os pesquisadores acham que outras luas do Sistema Solar também podem ter esse reservatório de água, conforme estudo publicado pela Nature Geoscience em 27/03/2023, intitulado: “Um reservatório de água derivado do vento solar na Lua hospedado por esferas de vidro de impacto”.

 
Relatório publicado pela Nature, principal revista científica de pesquisas, confirma a descoberta. Eis o resumo do relato:
“As últimas duas décadas de exploração lunar viram a detecção de quantidades substanciais de água na superfície da Lua. Foi proposto que existe uma camada hidratada nas profundezas dos solos lunares, protegendo globalmente o ciclo da água na Lua. No entanto, ainda não foi identificado um reservatório para essa camada hidratada. Aqui, relatamos a abundância, a composição dos isótopos de hidrogênio e as variações de núcleo a borda da água medidas em contas de vidro de impacto extraídas de solos lunares retornados pela missão Chang’e-5. As contas de vidro de impacto preservam as assinaturas de hidratação e exibem perfis de abundância de água consistentes com a difusão interna da água derivada do vento solar…’
‘…Há muito se argumenta que pode haver água e outras espécies voláteis na superfície da Lua1,2,3.  A exploração lunar renovada e os avanços nas medições de sensoriamento remoto no final dos anos 1990 permitiram que o espectrômetro de nêutrons a bordo da missão Lunar Prospector confirmasse a existência de gelo de água nos pólos lunares4. Em seguida, o instrumento mapeador de mineralogia lunar a bordo da espaçonave Chandrayaan-1 detectou as bandas de absorção diagnósticas de hidroxila e/ou água em 2,8–3,0 μm na superfície da Lua5. Análises detalhadas indicaram que a hidroxila/água pode estar presente em toda a superfície da Lua, que também exibiu variações temporais e espaciais, com abundâncias equivalentes de água variando entre ~10 e 1.000 μg g−1 (refs. 6,7,8,9,10 ).” Grifos do redator.
 
Como são formadas as moléculas de água?

O vento solar é um fluxo de partículas carregadas emitidas da atmosfera do Sol pelo sistema solar. O hidrogênio necessário para produzir as moléculas de água vem dos ventos solares, segundo o coautor do estudo Mahesh Anand, da Open University do Reino Unido.
Já o oxigênio compõe quase metade da Lua e está preso dentro de rochas e minerais.
O impacto dos meteoritos e a interação constante do vento solar na superfície lunar sugere que esse processo poderia produzir água continuamente.O teor da água é apenas uma fração minúscula das esferas, explicou Hejiu Hui, da Universidade de Nanjing, que participou do estudo. Como existem bilhões ou trilhões das partículas, isso pode representar quantidades substanciais de água, mas minerá-las seria difícil, de acordo com os pesquisadores.

Opção viável para o futuro?


Segundo Anand, um calor moderado de cerca de 100 °C seria suficiente para extrair a água dessas esferas. No entanto, esse processo exigirá uma grande quantidade de esferas, destacou Hui.
A água pode ser extraída pelo aquecimento das esferas, possivelmente por futuras missões robóticas. No entanto, são necessários mais estudos para determinar se isso seria viável e, em caso afirmativo, se a água seria segura para beber.
 
A reação norte americana
 
As descobertas dos pesquisadores sobre a formação de água nas contas são precisas, de acordo com Rhonda Stroud, diretora do Buseck Center for Meteorite Studies e professora de exploração terrestre e espacial na Arizona State University. Stroud não estava envolvida no estudo.
“Acho que seus métodos são bons, eles fizeram seu trabalho com cuidado, então acho que as medições são bastante confiáveis. Isso definitivamente aumenta nosso inventário de materiais na Lua que sabemos conter água.”, disse Rhonda.
“Eles certamente estão ‘dando banho’ em nós no retorno de amostras robóticas no momento”, disse Stroud sobre o atual programa lunar chinês. “Mas a Artemis vai trazer amostras. Só leva mais tempo quando você faz isso com humanos.”
O programa Artemis da NASA planeja orbitar os astronautas americanos ao redor da lua em 2024 e pousá-los algum tempo depois, segundo informações do The Wall Street Journal.
 

Uma porta-voz da NASA disse que a agência não comenta publicações científicas fora da agência. O Congresso proibiu a NASA de trabalhar com a China desde 2011 por conta de preocupações de segurança anteriores.

A NASA não esteve na superfície da Lua desde que o astronauta Gene Cernan, o penúltimo e 11º a pisar na lua, partiu em 14 de dezembro de 1972.

 
Ao todo, 12 astronautas norte-americanos já pisaram em solo lunar, ao contrário da crença de muitos que acreditam que os americanos não retornaram mais ao nosso satélite natural.
 
A missão Chang’e 5 da China, nomeada em homenagem a uma deusa chinesa da lua, foi a quinta de uma série de missões que visam estabelecer as bases para futuros pousos humanos na superfície da lua.
 
Tanto a NASA como a Administração Espacial Nacional da China (CNSA) desejam construir bases na lua. A CNSA espera que seu projeto de base lunar seja concluído em 2029.
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