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Ataque nuclear! Quando submarinos russos ameaçaram afundar porta-aviões americano

Em meio à Guerra Indo-Paquistanesa de 1971, a URSS e os EUA quase entraram em confronto nuclear na Baía de Bengala, em um movimento estratégico para apoiar seus aliados regionais.

por Alves
08/08/2024
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Em 1971, enquanto Índia e Paquistão travavam sua terceira guerra, uma série de manobras estratégicas envolvendo os Estados Unidos e a então União Soviética quase resultou em um confronto nuclear na Baía de Bengala. Este episódio crítico ocorreu durante o auge da Guerra Fria, quando as superpotências estavam engajadas em uma complexa dança de apoio a seus respectivos aliados na região sul-asiática.

A administração do presidente dos EUA, Richard Nixon, mobilizou parte da Sétima Frota, ostensivamente para apoiar o Paquistão. No entanto, registros históricos revelam que essa movimentação fazia parte de um esquema convoluto de Guerra Fria, orquestrado por Nixon e seu Conselheiro de Segurança Nacional, Henry Kissinger. O objetivo era usar a ameaça de guerra com a Índia, a segunda nação mais populosa da época, para cortejar a China, a mais populosa.

Diante dessa situação, a União Soviética, aliada da Índia, enviou uma armada de 20 navios de guerra, incluindo um submarino nuclear, para interceptar a Força-Tarefa 74 dos EUA, que se dirigia à Baía de Bengala.

Conversas desclassificadas do Departamento de Estado dos EUA revelam que Nixon e Kissinger não nutriam simpatia pela então Primeira-Ministra indiana, Indira Gandhi. Nixon referiu-se a ela como uma “velha bruxa”, enquanto Kissinger usou termos ainda mais depreciativos. Esses sentimentos influenciaram as políticas e ações dos EUA durante o conflito.

Em uma tentativa de garantir o apoio chinês, Kissinger realizou uma viagem secreta a Pequim em julho de 1971, fingindo estar doente durante uma reunião no Paquistão. Esse movimento levou à histórica visita de Nixon à China no ano seguinte. Com o Paquistão à beira da derrota, os EUA precisavam mostrar força para manter sua credibilidade com a China, pedindo até mesmo que esta movesse tropas para a fronteira indiana, o que poderia levar a uma intervenção soviética.

A Índia, ciente dos movimentos estratégicos dos EUA na região, firmou o Tratado de Paz, Amizade e Cooperação com a União Soviética, garantindo apoio soviético durante o conflito. Em resposta, em 8 de dezembro de 1971, a Sétima Frota dos EUA recebeu ordens para despachar a Força-Tarefa 74 para a Baía de Bengala.

Liderada pelo porta-aviões nuclear USS Enterprise, a força-tarefa incluía nove outros navios, incluindo um submarino de ataque nuclear. A força zarpou do Golfo de Tonkin em 10 de dezembro e chegou à Baía de Bengala em 15 de dezembro. Oficialmente, a missão era realizar operações políticas e humanitárias, incluindo a evacuação de 182 americanos em Dacca, se necessário.

Para a Índia, a presença dos navios de guerra americanos significava uma possível assistência militar ao Exército Paquistanês no Leste do Paquistão. O New York Times descreveu a movimentação como uma “demonstração de força” para beneficiar tanto a Índia quanto a União Soviética.

Com a chegada da Força-Tarefa 74, a União Soviética respondeu rapidamente, enviando um destróier, um navio de patrulha de minas e um submarino com mísseis nucleares para o Oceano Índico. Em 13 de dezembro, os soviéticos anunciaram o envio de uma força anti-porta-aviões adicional para interceptar a frota americana. No dia 15, com a chegada dos navios de guerra americanos à Baía de Bengala, 20 navios soviéticos já estavam presentes no Oceano Índico, forçando a Marinha dos EUA a permanecer na defensiva.

A situação se estabilizou com o passar do tempo. Quando a guerra Indo-Paquistanesa começou em 3 de dezembro de 1971, ambas as superpotências tinham contingentes navais normais na região. A guerra resultou em níveis recordes de força naval para ambos os lados, com 14 combatentes e auxiliares para os EUA e 26 para os soviéticos.

A grande preocupação de Moscou era a internacionalização da crise. Em 5 de dezembro, a TASS, agência de notícias soviética, apelou a todos os governos para “absterem-se de passos que significassem, de uma forma ou de outra, seu envolvimento no conflito”.

Em 15 de dezembro, o comandante militar paquistanês no Leste, Tenente-General A A K Niazi, pediu ao consulado americano que transmitisse uma proposta de cessar-fogo à Índia. No dia seguinte, a Índia conseguiu a rendição do Exército Paquistanês, deixando os navios de guerra americanos sem um aliado para defender.

Em 18 de dezembro, a Força-Tarefa 74 foi deslocada da Baía de Bengala para o Oceano Índico, onde permaneceu até janeiro de 1972, sendo reassignada à Guerra do Vietnã em 7 de janeiro.

O governo Nixon nunca explicou publicamente a presença da frota no Oceano Índico, mas comunicações secretas do Pentágono, divulgadas pelo jornalista Jack Anderson, indicam que a força tinha três objetivos principais: possível evacuação de americanos, demonstração de força devido à presença naval soviética na área, e dissuasão da Índia de estender a guerra para o Oeste do Paquistão após a queda do Leste.

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