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Exército Furioso: Lula bloqueia compra de blindados israelenses de R$ 1 bilhão por motivos ideológicos; Defesa e Exército dizem que negociação é assunto de Estado

por Sérvulo Pimentel Publicado em 02/09/2024 — Atualizado em 03/09/2024
Exército Furioso: Lula bloqueia compra de blindados israelenses de R$ 1 bilhão por motivos ideológicos; Defesa e Exército dizem que negociação é assunto de Estado

O Exército Brasileiro está ‘furioso’ com o governo Lula por travar uma negociação de R$ 1 bilhão referente a compra de 36 blindados fabricados por Israel, conforme informa reportagem do UOL publicada nesta segunda-feira, 2 de setembro.

A aquisição fazia parte do Programa Forças Blindadas, um ambicioso projeto de modernização da infantaria mecanizada iniciado em 2017. Com essa compra, o Brasil se tornaria líder na América Latina em termos de equipamentos militares terrestres, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.

A decisão de interromper a compra, tomada após pressão do ex-chanceler Celso Amorim, deixou o Exército em uma situação delicada. A interrupção do processo atrasa o cronograma estabelecido e compromete o processo de modernização das Forças Armadas, deixando o projeto “capenga” conforme expressões de membros do Exército.

Os blindados israelenses, escolhidos pelos militares após um rigoroso processo de seleção, apresentavam características superiores aos concorrentes, como maior velocidade, capacidade de disparo rápido e maior autonomia. A disputa pela compra dos blindados, por sua vez, gerou um impasse entre o Ministério da Defesa e a Presidência da República.

O impasse surgiu devido à intervenção de Celso Amorim, assessor especial da Presidência, que convenceu Lula a suspender o negócio. Amorim teria usado as críticas do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ao presidente brasileiro como argumento para frear a compra. Relembre em artigo publicado aqui na Revista Sociedade Militar.

Defensor do Hamas, o ex-chanceler argumentou que não faz sentido negociar com um país que destrata o líder brasileiro.

Já o ministro José Mucio e o Exército defendem a aquisição dos blindados, argumentando que a questão militar deve ser separada das relações diplomáticas do atual governo, que a negociação é assunto de Estado e não deve ser confundida com as polêmicas de momento.

A aquisição dos blindados é considerada essencial para que o Brasil assuma a liderança da infantaria nas Américas, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.

Por outro lado, para tentar destravar a situação, o ministro Mucio propôs uma solução que envolve a produção dos blindados no Brasil, em parceria com a empresa israelense Elbit Systems. A ideia é que as primeiras unidades sejam montadas no país com componentes importados e que, posteriormente, toda a produção seja nacionalizada.

Essa proposta, que visa gerar empregos e fortalecer a indústria nacional, ainda precisa ser avaliada pelo presidente Lula.

Sérvulo Pimentel

Sérvulo Pimentel

Apaixonado pela língua portuguesa e pelo universo militar, Sérvulo é professor há dez anos e atua como redator há cinco, sendo um especialista na produção de notícias sobre Defesa Nacional e sociedade militar. Na Revista Sociedade Militar, dedica-se a levar informações confiáveis e bem apuradas ao público, sempre prezando pela responsabilidade jornalística e imparcialidade. Seu compromisso é contribuir para um debate informado e acessível sobre temas estratégicos e sociais, aproximando os leitores das principais questões que envolvem as Forças Armadas e a sociedade.