Em um movimento já considerado uma “revolução na defesa nacional”, o Brasil acaba de mostrar ao mundo que pode rivalizar com as maiores potências militares. A integração do poderoso sistema de artilharia de saturação ASTROS com o cargueiro militar KC-390 Millennium, da Embraer, marca uma virada estratégica.
Em vídeo publicado no canal Arte da Guerra, o comandante Robinson Farinazzo crava: “É o feito mais importante das Forças Armadas Brasileiras em 2025”. Segundo ele, o Brasil agora tem em mãos um sistema comparável ao HIMARS dos EUA – o famoso lançador de foguetes que virou estrela na guerra da Ucrânia.
Astros + KC-390: casamento de gigantes
No dia 21 de março, pela primeira vez, uma viatura ASTROS dos Fuzileiros Navais, pesando incríveis 24 toneladas, equipada com o míssil antinavio Mansup, foi transportada pelo KC-390 da Força Aérea Brasileira (FAB) entre o Rio de Janeiro e Fortaleza – uma distância de 2.600 km. A operação envolveu a Marinha, a Aeronáutica e a Embraer, e colocou à prova a interoperabilidade das três forças. “Foi um salto logístico e operacional que coloca o Brasil em outro nível na América Latina”, destaca Farinazzo.

O sistema ASTROS, produzido pela Avibras, é uma das peças mais temidas da artilharia mundial. “Não deixa nada a desejar frente ao HIMARS norte-americano”, garante o comandante.
Brasil continental, logística ágil
Farinazzo lembra que até pouco tempo um deslocamento dessa magnitude levaria dias por terra ou por navio. “Agora, o Astros chega em qualquer ponto do país em questão de horas”, afirma. O KC-390 operou quase no limite da sua capacidade, transportando 24 toneladas de equipamento. “Isso muda completamente o jogo para um país continental como o nosso”, acrescenta.
Com a Amazônia e o Norte brasileiro enfrentando desafios logísticos crônicos, a operação entre Galeão e Fortaleza demonstra que o Brasil finalmente encontrou uma solução eficaz para mobilizar rapidamente seu poder de fogo.
Poder regional e geopolítica
Mais do que uma vitória técnica, o feito projeta o Brasil como potência regional. “Estamos em outro patamar. O Astros é um dos sistemas mais importantes do Hemisfério Sul”, reforça Farinazzo. Segundo ele, a capacidade de aerotransportar o sistema em um cargueiro nacional, fabricado pela Embraer, coloca o Brasil em destaque nas análises geopolíticas globais.
Além disso, a interoperabilidade entre Marinha, Exército e Aeronáutica mostra uma sinergia rara entre as forças armadas, elevando a prontidão estratégica do país em cenários de crise.
Avibras, Embraer e o futuro da defesa
Farinazzo aproveita o momento para destacar o papel central da indústria nacional: “Essa operação só foi possível graças à Avibras e à Embraer. Defender essas empresas é defender a soberania do Brasil”. O comandante ainda faz um alerta sobre a necessidade de fortalecimento da base industrial de defesa e lembra que participará do simpósio sobre o tema em São José dos Campos.
O canal Arte da Guerra também aponta que o avanço logístico proporcionado pelo KC-390 será um divisor de águas para as futuras operações conjuntas das forças armadas brasileiras.
Impacto Geopolítico
A operação não representa apenas um avanço logístico, mas sinaliza uma mudança de paradigma. “Demos um salto em relação a todos os outros países da América Latina”, enfatiza Farinazzo.
O ‘Himars brasileiro’ na mira global
Na comparação com o HIMARS dos EUA, Farinazzo destaca que o ASTROS possui vantagens importantes, como a capacidade de disparar uma ampla gama de mísseis, incluindo o Mansup, de fabricação nacional. “O Astros não deve nada ao HIMARS. É uma plataforma versátil e robusta, pensada para o nosso teatro de operações”, afirma.
Com essa operação inédita, o Brasil reforça sua posição como potência militar emergente e envia um recado direto ao cenário internacional: o país está pronto para defender seus interesses com velocidade e poder de fogo.