Assassinato do Coronel Malhães – As coisas se complicam. Caseiro nega ter confessado qualquer participação.
Retornam as especulações sobre a morte do Coronel Malhães. A esquerda diz acreditar que a morte foi uma espécie de queima de arquivo, encomendada por "agentes da repressão" com medo de ser implicados. Por outro lado, algumas opiniões emitidas pela direita mostram que ha gente que acredita que esquerdistas cooptados pelo coronel e infiltrados nos grupos terroristas poderiam ser os autores por ter receio de serem desmascarados, perderendo cargos politicos e indenizações.
Integrantes da comissão da verdade carioca, desconfiados de que o assassinato de Malhães tenha sido “queima de arquivo”, interrogaram o caseiro que, segundo a polícia, confessou a participação no assassinato. Junto com Damous, da comissão, estavam três senadores, Ana Rita (PT-ES), João Capiberibe (PSB-AP) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP). Após o interrogatório os políticos declararam que o caseiro disse que não confessou o assassinato e nem participação no caso.
A senadora Ana Rita declarou: "O caseiro disse que não confessou o crime… Ele não sabe ler e escrever. Não tem advogado, Ele foi ouvido sem a presença de um defensor público. É o que nós vamos providenciar agora através da Comissão da Verdade do Rio"
A casa do coronel Paulo Malhães foi invadida por quatro criminosos, sendo um deles encapuzado, no dia 24 de abril, em uma quinta-feira, quando completaria um mês que o torturador havia confessado à Comissão Nacional da Verdade que teria participado da ação de ocultar os restos mortais do ex-deputado Rubens Paiva, em 1973, na época da Ditadura.
Segundo relatos da viúva Cristina, eles foram abordados quando chegaram ao sítio e separados em cômodos diferentes. De acordo com ela, os criminosos pediam joias e dinheiro para Malhães. O crime aconteceu em uma quinta-feira, mas o corpo de Malhães só foi achado na manhã de sexta-feira, com a cabeça para baixo em cima de um travesseiro.
No atestado de óbito estão listadas como ‘causas mortis’: edema pulmonar, isquemia de miocárdio e miocardiopatia hipertrófica — esta última uma doença cardíaca pré-existente. O laudo de necropsia ainda não está pronto e, por lei, tem o prazo de dez dias para ser entregue — tempo que pode ser prorrogado.
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