O ex-major Ailton Gonçalves Moraes Barros disse exatamente, ao pedir um favor para beneficiar André Siciliano: “Se não tivesse de bucha, irmão, eu não pediria por ele, tá de bucha. Eu sei dessa história da Marielle toda, irmão, sei quem mandou. Sei …”
Outro que usou o termo “bucha de canhão” na semana passada foi o Encarregado de Negócios da Ucrânia. Ouvido pelos senadores da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, o senhor ANATOLIY TKACH, ao se referir ao que a Rússia tem feito com os próprios soldados, abandonando-os em solo inimigo, disse:
“Eles, para cobrir essas perdas, estão usando os crematórios móveis e as valas comuns. Eles estão tratando os seus próprios soldados como bucha de canhão. Não querem retirar os presos. Os familiares dos soldados russos presos já recebem as informações de que eles foram mortos em combate ou desaparecidos.”
O que significa, afinal, o termo bucha de canhão?
Bucha ou bucha de canhão é um termo militar bem antigo e diz respeito a armamentos. É um amarrado de estopa, algodão ou panos velhos colocado logo após a pólvora socada e antes do projétil em canhões e armas antigas como mosquetes. Nos mosquetes podia existir uma bucha depois da munição, para evitar que a mesma caísse durante o transporte da arma.
Bucha portanto era algo que recebia o primeiro impacto da explosão, caindo pelo caminho, queimado ou chamuscado pela pólvora, algo que não tem uma função reconhecidamente tão digna como têm a pólvora e o projetil.
Bucha é algo descartável, feito de um material de baixa qualidade, usado para uma função perigosa, que geralmente a destrói, mas que jamais recebe o crédito pela eventual vitória.