Nos bastidores da indústria aeronáutica, duas gigantes mundiais estão se preparando para uma revolução na fabricação de aviões.
Airbus e Boeing, reconhecidas como os principais fabricantes de aeronaves comerciais do mundo, estão investindo pesadamente em novas tecnologias para acelerar a produção de seus aviões mais vendidos: o A320 e o 737.
Até pouco tempo atrás, os aviões eram fabricados principalmente com alumínio, um material que, embora eficaz e amplamente utilizado, não era o mais eficiente para as necessidades de produção em larga escala que essas empresas enfrentam.
Agora, tanto a Airbus quanto a Boeing estão se voltando para uma alternativa mais inovadora e, surpreendentemente, mais econômica: os materiais plásticos avançados.
Como o uso de plásticos pode transformar a produção de aviões
A grande aposta dessas fabricantes é no uso de termoplásticos, um tipo de plástico que pode ser moldado e recondicionado com facilidade.
A principal vantagem desse material, além da sua versatilidade, é a sua leveza e durabilidade.
Isso resulta em uma redução significativa no peso das aeronaves, fator crucial para otimizar o consumo de combustível e melhorar a eficiência operacional.
Mas o mais impressionante de tudo é o impacto que essa mudança pode ter na produtividade das fábricas.
Ao substituir o tradicional alumínio por plásticos de alta performance, as fabricantes poderão utilizar soldagem ultrassônica em vez de técnicas tradicionais como os rebites, que exigem uma quantidade significativa de tempo e mão de obra especializada.
A soldagem ultrassônica, por sua vez, permite que as partes plásticas sejam unidas de forma rápida, eficiente e sem a necessidade de componentes adicionais.
O que significa a substituição de alumínio por plásticos na fabricação?
Esse movimento de transição para plásticos é mais do que uma simples troca de material.
A soldagem ultrassônica não só acelera o processo de fabricação, como também elimina a necessidade de várias etapas na montagem dos aviões.
A remoção dos rebites, por exemplo, pode reduzir o tempo de produção de cada unidade, permitindo um aumento significativo na produção.
Em vez de depender de várias etapas manuais para aplicar rebites, a soldagem ultrassônica pode unir as peças de forma automática, reduzindo custos com mão de obra e melhorando a precisão na junção das partes.
O uso de plásticos também facilita a introdução de robôs na linha de montagem.
Em vez de depender de trabalhadores humanos para realizar tarefas como fixação de rebites ou soldagem tradicional, a linha de montagem pode ser otimizada com robôs programados para realizar essas tarefas de forma mais rápida e precisa, tudo com o apoio das novas tecnologias de soldagem.
O aumento da produção e a superação das metas atuais
Com a introdução de plásticos e robôs na linha de montagem, Airbus e Boeing planejam elevar a produção de aviões de uma forma impressionante.
Atualmente, ambas as empresas têm como meta entregar 80 aviões por mês, mas a utilização de materiais mais leves e da tecnologia de soldagem ultrassônica pode permitir que essas metas sejam não apenas atingidas, mas superadas.
A longo prazo, essas fabricantes estão projetando a produção de até 100 aeronaves por mês, um aumento significativo nas quantidades de aviões entregues ao mercado, sem comprometer a qualidade ou a segurança das aeronaves.
Esse aumento na produção também está alinhado com a crescente demanda por novos aviões, impulsionada pela recuperação do setor de aviação após os desafios impostos pela pandemia de COVID-19.
Com esse novo nível de produção, a indústria pode esperar uma redução nos preços dos bilhetes aéreos devido ao aumento da oferta de aviões e à melhoria na eficiência operacional das companhias aéreas.
A maior disponibilidade de aeronaves também pode permitir que empresas aéreas expandam suas operações para novos mercados e rotas, beneficiando os consumidores.
A resposta da indústria e as implicações para os concorrentes
A adoção de plásticos avançados e soldagem ultrassônica por Airbus e Boeing certamente colocará uma pressão significativa sobre seus concorrentes, como a Embraer, que também está atenta a essas inovações tecnológicas.
A pressão para acompanhar o ritmo de inovação e aumento de produção pode resultar em novos desafios e mudanças na forma como os aviões são fabricados.
Além disso, a mudança de materiais pode levar a um aprimoramento dos processos de manutenção e reparo das aeronaves.
Com plásticos sendo cada vez mais utilizados nas fuselagens e partes do avião, surgem novas oportunidades para desenvolvimentos na área de reparos rápidos e econômicos.
O impacto ambiental e os benefícios da inovação
A introdução de plásticos na fabricação de aviões também traz consigo uma série de benefícios ambientais.
Como mencionado anteriormente, o reduzido peso das aeronaves proporcionado pelos plásticos não apenas melhora a eficiência de combustível, mas também reduz as emissões de gases poluentes.
Isso é uma vantagem clara, pois a indústria da aviação está cada vez mais sob escrutínio em relação às suas contribuições para as mudanças climáticas.
Além disso, a facilidade de reciclagem dos plásticos pode contribuir para uma redução significativa dos resíduos na indústria.
À medida que a demanda por novos aviões cresce, o setor precisa se adaptar para garantir que o impacto ambiental seja minimizado.