O EME (Estado-Maior do Exército) abriu consulta pública para sondar os mercados nacional e internacional a fim de adquirir sistemas de aeronaves remotamente pilotadas categoria 3 (SARP 3).
De acordo com edital publicado pela Força Terrestre nesta quarta-feira, 19 de março, o EME deseja comprar até 3 SARPs e a consulta pública estará aberta até o dia 4 de agosto.
Em 25 de fevereiro, o Exército divulgou um anexo com 32 características desejáveis para os drones, entre elas peso máximo de decolagem de 700 kgf, alcance mínimo de 300 km e altitude máxima de voo de 18.000 ft.
As aeronaves deverão ter a capacidade de sobrevoar as áreas de interesse por pelo menos 48 horas; suportar variação de temperatura de -10°C a 50°C e intempéries como areia, vento, granizo e chuva; permitir o comando por 2 operadores (um pro voo e outro pra carga); pousar e decolar de forma automática e gerar imagens coloridas e infravermelhas.
Em questões de armamento, o drone deve suportar ao menos 4 foguetes 70mm ou 2 mísseis guiados por laser com alcance mínimo de 4 mil metros e o lançamento de bombas ou granadas não guiadas.
Outras características essenciais para o Exército é que as aeronaves remotamente pilotadas possuam medidas de ataque eletrônico para causar interferências eletromagnéticas em sistemas de comunicações a uma distância mínima de 10 km da plataforma de voo.
Também estão previstas interferências em alvos eletrônicos, localização eletrônica de alvos e interceptação de sinais.
Drones nas Forças Armadas Brasileiras
Atualmente, as Forças Armadas têm 5 modelos de drone em seu arsenal, mas todos são de monitoramento. Ou seja, não carregam armamentos.
Um deles é o Nauru 1000C, fabricado pela empresa de tecnologia robótica Xmobots e entregue ao Exército em 2022. Em 2024, porém, a empresa, que é investida pela Embraer, iniciou testes para a versão armada da aeronave remotamente pilotada.
Segundo o CEO da Xmobots, Giovani Amianti, neste ano de 2025 deve ser feito o primeiro disparo de míssil realizado por um drone brasileiro. A ideia é que o Nauru 1000C seja armado com 2 mísseis desenvolvidos inicialmente para lançamento da terra a partir do ombro do operador. Batizados de Enforcer Air, os mísseis são fabricados pela MBDA e foram projetados para serem usados contra veículos com blindagem leve e atingir alvos a até 8 km de distância.