O Exército Brasileiro está em um processo de modernização crescente, e uma das inovações mais recentes a ser testada é a torre de controle remoto SARC UT30BR2, que está sendo incorporada aos VCBR 6×6 Guarani, um dos principais veículos blindados do Exército.
Este avanço é um marco significativo, não apenas no aprimoramento das capacidades do Exército, mas também no cenário tecnológico e militar do país.
Nos últimos meses, a ARES, empresa responsável pelo desenvolvimento do sistema, registrou avanços importantes durante a fase de testes da nova torre.
O primeiro teste de tiro realizado com a torre integrada ao Guarani 6×6 ocorreu no Centro de Avaliação do Exército (CAEx), no Rio de Janeiro.
Acompanhados por representantes da Diretoria de Fabricação (DF) e do Arsenal de Guerra do Rio (AGR), os especialistas observaram de perto o desempenho do novo sistema, sinalizando o comprometimento com a inovação e a incorporação de novas tecnologias.
O que diferencia a SARC UT30BR2 da versão anterior?
Segundo a matéria feita pelo portal ”Zona Militar”, a nova torre SARC UT30BR2 não é uma simples atualização de seu modelo anterior, mas sim uma verdadeira revolução tecnológica.
Com melhorias eletromecânicas e optrônicas, a torre agora apresenta um nível de sofisticação muito maior.
Um dos destaques é o módulo de visão panorâmica estabilizada COAPS-L, que traz uma visão 360 graus do campo de batalha, independentemente das condições de luz.
A integração de sensores de alta definição e a utilização de inteligência artificial para análise de vídeo e reconhecimento de alvos são algumas das funcionalidades que aumentam significativamente a eficácia operacional da torre.
Isso torna o sistema mais preciso e eficiente na detecção e identificação de alvos, não só durante o dia, mas também à noite, quando a visibilidade é reduzida.
A letalidade aumentada com mísseis antitanque
Outro avanço importante é a capacidade de integração com mísseis antitanque.
Este acréscimo aumenta de forma considerável a letalidade do sistema Guarani 6×6, tornando-o capaz de enfrentar ameaças blindadas com maior eficácia.
Essa característica vai aprimorar as capacidades do Exército Brasileiro em cenários de combate mais exigentes, onde a precisão e a potência de fogo são cruciais.
Além disso, um kit AntiSARP, desenvolvido para lidar com ameaças assimétricas, como drones e munições flutuantes, está em desenvolvimento.
Esse sistema incluirá radar de 360 graus e a capacidade de neutralizar essas ameaças por meio de munições de explosão aérea programáveis.
Isso representa um passo significativo na adaptação do Exército Brasileiro às novas dinâmicas de combate, onde a presença de drones e outras ameaças de baixa tecnologia tem aumentado consideravelmente.
A importância dos testes e do acompanhamento institucional
Um dos marcos dessa evolução aconteceu em 12 de março de 2025, quando o Major-General Tales Eduardo Areco Villela, Diretor de Fabricação do Exército, esteve à frente da visita às instalações da ARES Aeroespacial e Defesa, empresa responsável pelo projeto.
Durante a visita, ele acompanhou a atualização de oito sistemas UT30BR, que estavam sendo configurados para a versão UT30BR2.
Esse acompanhamento é parte de um processo rigoroso para garantir que o novo sistema esteja apto para ser incorporado de maneira plena ao Guarani 6×6.
Após os testes realizados, o protótipo da torre foi enviado para o CAEx, onde passou por uma série de avaliações, incluindo verificações de segurança, confiabilidade e desempenho operacional.
Esse processo é fundamental para validar as capacidades do sistema, garantir que ele funcione de maneira integrada e eficiente com os veículos blindados e, por fim, assegurar que a versão final da torre seja totalmente operacional.
Conhecendo o SARC UT30BR2: a evolução da torre armada
O SARC UT30BR2 é uma torre não tripulada que armazena uma impressionante variedade de recursos e armamentos.
Equipado com o canhão automático Bushmaster II de 30×173 mm, a torre também possui uma metralhadora coaxial de 7,62×51 mm e um lançador de granadas de fumaça de 76 mm.
O canhão principal opera com um sistema elétrico de metralhadora, uma tecnologia avançada que melhora a segurança de tiro, simplifica a manutenção e elimina a necessidade de gerenciar gases de escape, aumentando a confiabilidade em condições de combate.
O design do SARC UT30BR2 foi feito para controle remoto completo.
Isso significa que, durante as operações, o operador pode controlar a torre e realizar os disparos sem precisar sair da segurança do veículo.
Isso oferece uma proteção superior para a tripulação do Guarani 6×6, que permanece protegida dentro do veículo, evitando os riscos que uma torre tripulada poderia enfrentar.
Inovações tecnológicas no SARC UT30BR2
Entre as principais inovações do SARC UT30BR2, destaca-se o módulo de mira panorâmica estabilizada COAPS-L, desenvolvido pela Elbit Systems, uma empresa israelense líder em soluções de defesa.
Este módulo traz sensores de última geração e, com o uso de inteligência artificial, consegue realizar acompanhamento de alvos, rastreamento de movimentos e aquisição de alvos em qualquer condição de luz.
Essa tecnologia de ponta permite ao Exército Brasileiro ter uma capacidade de vigilância e resposta rápida superior à maioria dos sistemas de combate convencionais.
A torre foi projetada para ser modular e compacta, facilitando a adaptação a diferentes plataformas, como tanques de batalha, veículos blindados de combate e até sistemas terrestres não tripulados.
O impacto da modernização no Exército Brasileiro
A incorporação da SARC UT30BR2 no Guarani 6×6 representa um avanço crucial na modernização do Exército Brasileiro.
Além de aumentar a potência de fogo das suas viaturas blindadas, o sistema também contribui para a redução de riscos para os soldados e melhora a eficiência operacional nas missões.
Esse tipo de inovação é essencial para garantir que o Exército Brasileiro esteja preparado para enfrentar desafios de combate modernos, cada vez mais dinâmicos e imprevisíveis.
Em um cenário global onde as ameaças assimétricas estão em ascensão, o desenvolvimento de tecnologias como a SARC UT30BR2 coloca o Brasil em um patamar elevado em termos de capacidade de defesa, permitindo que o país esteja mais preparado para lidar com novas formas de combate e proteger seu território e interesses.