Em artigo polêmico, um tenente-coronel aposentado da Força Aérea dos EUA alerta que o país pode estar subestimando a ameaça representada pela China, como ocorreu com o Japão em 1941. Frota mercante, mísseis ocultos e enxames de drones são apontados como possíveis novas armas de Pequim.
O oficial, em texto publicado no site do U.S. Naval Institute, destaca a capacidade chinesa de lançar ataques surpresa contra bases americanas, evocando a vulnerabilidade demonstrada em Pearl Harbor.
“Será que os Estados Unidos estariam cometendo um erro de cálculo semelhante hoje?”, questiona o tenente-coronel Thomas McCabe, da Reserva da Força Aérea dos EUA, em artigo intitulado “A China pode atacar Pearl Harbor e a Costa Oeste”.

(Foto: Weibo)
O erro de cálculo que pode custar caro
Os Estados Unidos podem estar cometendo o mesmo erro fatal de 1941, quando subestimaram o risco de um ataque japonês a Pearl Harbor. Desta vez, o perigo vem da China. A advertência é do tenente-coronel Thomas McCabe, da Reserva da Força Aérea dos EUA (aposentado), em artigo explosivo publicado pelo U.S. Naval Institute.
“Assim como antes da Segunda Guerra, há uma suposição perigosa de que o Havaí e a Costa Oeste estão seguros”, alerta McCabe. “A China tem capacidade para mudar isso da noite para o dia.”
Mísseis, submarinos e navios furtivos
A China não só tem uma das maiores marinhas do mundo, como desenvolveu armas capazes de atingir alvos distantes com precisão. Entre elas estão:
- Mísseis YJ-18: Com alcance de 290 milhas náuticas, podem ser lançados de submarinos e navios.
- Submarinos Tipo 093: Equipados com sistemas de lançamento vertical (VLS) para disparar até 12 mísseis.
- Cruzadores Tipo 055: Armados com 112 tubos de mísseis, são uma ameaça móvel e letal.
“Os navios chineses têm acesso a uma rede de satélites militares que funcionam como um ‘plano de bomba’ moderno”, diz McCabe, referindo-se à inteligência precisa que poderia guiar um ataque surpresa.
Ameaça fantasma: mísseis em contêineres e drones assassinos
Mas o verdadeiro perigo pode estar escondido à vista de todos. A China possui a maior frota mercante do mundo (quase 6 mil navios), e McCabe alerta:
“Eles podem camuflar mísseis em contêineres de carga comuns. Um único navio pode carregar vários YJ-18s, prontos para disparar sem aviso.”
Além disso, a guerra na Ucrânia mostrou o poder dos drones. A China já desenvolve modelos como o Sunflower 200, com alcance de 2.000 km e capaz de operar em enxames.
“Se um drone atingir o depósito de munições de um navio, as consequências serão catastróficas”, adverte o militar.
“Bombas besouro”: ataques baratos e devastadores
Outra tática preocupante são os drones LSS (Low, Slow, Small – Baixos, Lentos e Pequenos), que McCabe apelidou de “bombas besouro”. Eles podem:
- Sabotar pistas de aeroportos com sucata ou explosivos.
- Penetrar escotilhas de navios com cargas explosivas.
- Ser lançados de navios, contêineres ou até por indivíduos em terra.
“Esses drones são baratos, difíceis de detectar e podem paralisar uma base inteira”, destaca.
EUA precisam agir antes que seja tarde
McCabe lembra que, em 1941, avisos sobre um possível ataque japonês foram ignorados – com resultados trágicos. Agora, ele exige:
- Defesas integradas contra mísseis e drones em todas as bases do Pacífico e da Costa Oeste.
- Investimento pesado em sistemas antiaéreos, mesmo com orçamento militar apertado.
- Vigilância constante, pois “não há mais retaguarda segura no Pacífico”.
“Os EUA não podem se dar ao luxo de ser pegos de surpresa de novo”, finaliza.